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Na 7ª edição, encontro internacional celebra a capoeira em Vitória

O encontro internacional de capoeira promovido pelo grupo Acapoeira, do Mestre Capixaba, chega à sétima edição na próxima semana com uma bela novidade: a realização do Festival de Cantigas, disputa saudável para valorizar esse elemento fundamental da cultura da capoeira que é a música. Outra novidade é que o encontro deixa pela primeira vez Itaúnas, em Conceição da Barra, e se muda para Vitória, onde acontece entre os dias 27 e 30 de agosto no ginásio da Secretaria Estadual de Esportes e Lazer, em Bento Ferreira. 
 
De resto, acontecem as boas ações de sempre: homenagens, cursos, troca de experiência entre capoeiristas e a formatura, ponto culminante do encontro.
 
Falando de música: o festival tem o nobre objetivo de não apenas estimular alunos a produzir cantigas de capoeiras, como também estimular os participantes a cantar, soltar a voz. O festival será organizado pelo Mestre Toni Vargas, do Grupo Senzala, do Rio de Janeiro, o mais destacado cantor e compositor de capoeira do mundo. O festival também terá participação do Mestre Tamanduá, do grupo Capoeira Brasil, outro conceituado cantor e compositor.
 
“O interessante é que a capoeira não é dança, é luta. Nós temos uma luta com instrumento próprio e músicas que nós mesmos compomos”, diz Mestre Capixaba. Ele fala, claro, do berimbau, a cujo som o gingado dos capoeiristas numa roda está intimamente ligado. “O berimbau só não virou peça de museu por causa dos capoeiristas”, completa o mestre. 
 
Mestre Toni Vargas destaca que a musicalidade é elemento fundamental para o ritual da capoeira, composto pela orquestra de palmas, percussão e melodia associada ao gingado da roda. Destaca também a questão da preservação cultural baseada na oralidade, uma vez que as músicas transmitem todo um patrimônio de cultura e conhecimento. “A capoeira é instrumento de formação e informação”, analisa.
 
O mestre destaca também outro benefício da capoeira, desta vez para a sociedade em geral. Especialmente em áreas carentes, a capoeira pode abrir oportunidades para trabalhar a criatividade dos praticantes: vez por outra, conta, ele se depara com um que tem uma bela voz ou outro que se tornou um grande percussionista. 
 
Ele explica como a música de capoeira auxiliou o desenvolvimento da cultura brasileira. Na virada do século XIX para o XX, os capoeiristas se reuniam após a roda para espairecer e, aí, nasciam as cantigas, o que, mais tarde, ajudaria no nascimento dos sambas-enredo.  
 
O Mestre Hélio Tabosa (foto à esq.), um dos pioneiros da capoeira em Brasília (DF), é o grande homenageado do encontro deste ano. Mestre Tabosa é o grande promotor da capoeira no Cerrado. São mais de 50 anos de prática de capoeira que construíram uma personalidade muito respeitada no mundo da capoeira.
 
Alunos, professores e mestre de capoeira virão de inúmeras regiões do país, principalmente Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro, Piauí, Goiás e Distrito Federal. De outros países, virão capoeiristas do Canadá, Alemanha e Colômbia. 

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