O esperado júri popular que vai julgar se o ex-policial civil e hoje empresário Claudio Luiz Andrade Baptista, o Calu, e o coronel da reserva da Polícia Militar, Walter Gomes Ferreira, são os mandantes do crime que tirou a vida do juiz Alexandre Martins de Castro Filho começou nesta segunda-feira (24) por volta das 11 horas da manhã, com duas horas de atraso.
A movimentação na entrada do Cineteatro da Universidade Vila Velha (UVV) era grande desde as primeiras horas da manhã. O juiz da 4ª Vara Criminal de Vila Velha, Marcelo Soares Cunha, que está conduzindo o julgamento, foi um dos primeiros chegar.
Calú e o Coronel Ferreira chegaram logo em seguida acompanhados de familiares e advogados. Antes de ocuparem os bancos dos réus, ambos repetiram que são inocentes e que a tese do mando é uma grande farsa.
Ferreira disse que todo mundo sabe que o crime foi um latrocínio, assalto seguido de morte. Ele reafirmou que a tese de mando foi forjada pela Secretaria de Segurança, que à época era comandada por Rodney Miranda, hoje prefeito do município que sedia o júri. Ferreira afirmou que está sendo vítima de armação.
Calú também reafirmou inocência. O ex-policial não conteve a emoção e chorou. Amparado pelos familiares, Calú disse que se os jurados seguirem exatamente o que consta no processo, ele saíra inocentado. A mãe do empresário, Márcia de Andrade Baptista, desabafou: “Esse julgamento é uma fraude”.
Após iniciar os trabalhos, o juiz passou as orientações às pessoas que acompanham o julgamento. Marcelo Soares Cunha proibiu o uso de qualquer equipamento eletrônico nas dependências no auditório que abriga o júri. O magistrado advertiu que a quebra das regras determinaria a expulsão do infrator do auditório.
Duas testemunhas do Coronel Ferreira não compareceram O coronel da PM Luiz Sérgio Aurich e o deputado federal Fernando Francischini, que à época dos fatos era subsecretário de Segurança de Rodney. Mas compareceram Júlio Cesar Lugato, o ex-prefeito Neucimar Ferreira Fraga (PSD) e Ricardo Sérgio Delgado Falcão
Todas as testemunhas de Calú compareceram. São elas: Mauro Juarez Nadvorny, Andre Luiz Cunha Pereira, Odessi Martins da Silva Junior, Lumbrigão e Giliard Ferreira, assassinos do juiz Alexandre, além do juiz aposentado Antônio Franklin Cunha.
Houve baixa também entre as testemunhas de acusação do Ministério Público. Ministério Público. Compareceram o delegado Danilo Bahiense e o juiz Carlos Eduardo Ribeiro Lemos. Luiz Fernando Correia foi intimado e não compareceu. Geraldo Luiz Ribeiro de Almeida e Alexandro Santos do Nascimento não foram localizados pela Justiça.
O julgamento foi interrompido por volta das 13h30 e seria retomado às 14h30.