Flagrantemente rodoviaristas, os investimentos em mobilidade urbana previstos no Plano Plurianual (PPA), cuja lei foi enviada à Assembleia Legislativa nessa segunda-feira (31), evidenciam a ausência de ideias alternativas para contornar os problemas do trânsito metropolitano.
Embora os projetos de Melhoria da Mobilidade Metropolitana figurem em segundo lugar na lista dos 10 que mais receberão recursos previstos no PPA, com R$ 591 milhões previstos em investimentos, as obras se ressentem de certa mesmice urbanística: rodovia, viaduto, túnel, mergulhão.
As obras são a ampliação da Avenida Leitão da Silva (Vitória), a conclusão da Rodovia Leste-Oeste (entre Vila Velha e Cariacica), Viaduto entre as avenidas Fernando Ferrari e Adalberto Simão Nader (Vitória), Portal do Príncipe (Vitória), Túnel na região da Faesa, para ligar as avenidas Cesar Hilal e Vitória (Vitória) e Mergulhão na Avenida João Palácio (Serra), uma ligação entre a avenida e a BR-101.
É um mesmo modelo de intervenção que não altera a esgotada dinâmica de mobilidade na Grande Vitória: mais vias e túneis só fazem estimular o uso do carro em uma região cuja frota veicular cresce a cada ano. Os primeiros seis meses do governo Hartung abortaram o Sistema Aquaviário e o BRT (vias exclusivas para ônibus na Grande Vitória), dois projetos que poderiam redefinir o modelo de mobilidade metropolitano.
Se o governo estadual não apresenta ideias para tal, o prefeito de Vitória Luciano Rezende (PPS) se vira como pode para apresentar aos moradores um projeto consistente de melhoria de mobilidade na Capital e garantir uma boa vitrine para sua caminhada à reeleição.
É o que ele busca com o Integra Vitória, apresentado nessa segunda-feira (31): o uso de dois ônibus com uma só passagem pela integração de micro-ônibus a linhas troncais. No final de julho, o prefeito apresentou projeto de faixas exclusivas para ônibus e táxis.