O município de Linhares, norte do Estado, recebe nesta segunda-feira (7) a exposição itinerante “A Mata Atlântica é Aqui”, da Fundação SOS Mata Atlântica. O objetivo é alertar a população sobre a devastação do bioma que é o segundo mais ameaçado do mundo, por meio de atividades culturais e educativas. No Espírito Santo, a cobertura da vegetação nativa é de apenas 7%, com grande fragmentação.
A exposição é montada em um caminhão da entidade e circula por cidades do País desde 2009. Gratuita e aberta ao público, é palco para manifestações artísticas de temática socioambiental, com cenografia interativa. O projeto conta com uma estrutura adaptada para pessoas com deficiência e recebe grupos e escolas para visitas monitoradas.
Em toda cidade por onde passa, a Fundação SOS Mata Atlântica realiza a análise da qualidade da água local, seja de um rio, córrego ou lago. O monitoramento utiliza 14 parâmetros físico-químicos para a análise, que envolvem itens como a transparência da água, lixo e odor, e classifica a qualidade da água como péssima, ruim, regular, boa e ótima.
Em Linhares, as atividades prosseguem até o próximo dia 13, na Praça 22 de Agosto, no Centro. Já entre os dias 18 e 27 de setembro, será a vez de Conceição da Barra, outro município do norte do Estado, receber o caminhão da entidade. São as únicas cidades capixabas que fazem parte do chamado sétimo ciclo do projeto, que é todo ano de 2015.
Quadro caótico
No norte do Espírito Santo, contribuiu principalmente para este quadro de devastação da mata atlântica a empresa Aracruz Celulose (Fibria), com seus plantios de eucalipto. Somente na sua fase de implantação, na ditadura militar, a Aracruz destruiu 50 mil hectares do bioma, em estado primário ou em avançado estado de regeneração.
Com plantios que ocupam extensa área do antigo território de Sapê do Norte, que compreendem os municípios de São Mateus e Conceição da Barra, a empresa continua com sua pressão sob o bioma, para concluir seu projeto de expansão. Conta, para isso, com apoio dos governos municipal e estadual.
A situação deve piorar ainda mais, com a aprovação do projeto do governo Paulo Hartung (PMDB) que tramita em regime de urgência na Assembleia Legislativa e favorece os plantios de espécies para exploração econômica, como o eucalipto e pinus.
A matéria, já aprovada na Comissão de Justiça, isenta as empresas da apresentação dos devidos estudos de impacto ambiental no processo de licenciamento. As principais beneficiadas serão exatamente a Aracruz e a Suzano Papel e Celulose, que contribuem para as campanhas eleitorais dos políticos do Estado.