sábado, setembro 21, 2024
24.9 C
Vitória
sábado, setembro 21, 2024
sábado, setembro 21, 2024

Leia Também:

Desfile da Independência é marcado por ato público dos servidores estaduais

Servidores públicos representados pelo Fórum das Entidades dos Servidores Públicos do Espírito Santo (Fespes) realizaram uma manifestação durante o desfile cívico de 7 de setembro, na manhã desta segunda-feira na Avenida Expedito Garcia, em Cariacica.

Os trabalhadores compareceram ao desfile com camisas amarelas, em alusão à campanha “Hartung, esse abraço eu não quero”, com faixas e bandeiras expressando a insatisfação com o atual governo e o sucateamento dos serviços públicos. Durante o ato público, os servidores realizaram uma panfletagem e conversaram com a população sobre o descaso do governo com o funcionalismo e o não atendimento à pauta de reivindicações.

Segundo Haylson Oliveira, diretor do Sindicato dos Servidores Públicos do Estado (Sindipúblicos-ES), uma das entidades que compõem o Fespes, o movimento não foi de massa, mas tinha o objetivo de dialogar com a população sobre o sucateamento e a situação atual do serviço público no Estado.

Ele ressaltou que, já que o governo usa a tática de ignorar o movimento dos servidores, as categorias do funcionalismo resolveram dialogar diretamente com a população, que foi receptiva aos pleitos.

Os servidores públicos estaduais buscam diálogo com o governo na tentativa de concessão da revisão salarial anual, da definição de uma data-base para o funcionalismo, concessão do auxílio alimentação, e formalização de uma mesa permanente de negociação.

Para o mês de setembro, os servidores agendaram uma série de “apagões” no serviço público. O Fespes definiu para o período entre 15 e 18 de setembro as paralisações. Neste período, funcionarão apenas os serviços públicos de urgência e emergência. O Fespes recomenda que a população evite procurar os serviços públicos nos dias do “apagão”.

Diversos setores do funcionalismo já aderiram à campanha “Hartung, esse abraço eu não quero”, como profissionais da segurança pública, servidores da saúde, do judiciário, das autarquias e demais secretarias. Uma campanha promovida pelo Fespes vai alertar a população sobre as paralisações.

A realização dos “apagões” é uma resposta ao governo Paulo Hartung (PMDB), que se recusa a negociar com o funcionalismo e não atende às reivindicações das categorias.

O Comitê Gestor de Carreiras e Relações Sindicais (CGCARS) do governo respondeu oficialmente às reivindicações protocoladas há mais de um mês pelas entidades representativas de servidores negando o atendimento aos pleitos. Assim como nas outras ocasiões, o governo não apresentou números para justificar a negativa em conceder a revisão salarial anual, definir uma data-base para o funcionalismo, e conceder o auxílio-alimentação.

Em contrapartida, os últimos balanços e relatórios de gestão publicados no Diário Oficial do Estado mostram que a arrecadação estadual apresentou um desempenho superior às estimativas, com previsão de chegar ao final do ano com uma arrecadação superior a R$ 18 bilhões, o que representa uma elevação de R$ 2 bilhões em relação ao previsto.

Mesmo assim, o CGCARS, sem apresentar nenhum dado concreto, repetiu o discurso da crise e negou todos os pontos de pauta da categoria. A justificativa para não realizar a revisão geral e fixar a data base seria financeira. Já quanto à concessão do auxílio-alimentação, o governo diz não ser possível pagar o benefício, pois o caso está judicializado, sendo que foi próprio governo quem levou a situação à esfera judicial, indo contra, inclusive, a parecer do conselho da Procuradoria Geral do Estado (PGE). Quanto à mesa de negociação, o Comitê Gestor se auto-intitula como sendo essa instância, apesar de não seguir as determinações da Lei 46/94, que estabelece o regime jurídico único dos servidores públicos do Estado.

Mais Lidas