Os estudantes alegam que a fusão de turmas para a fusão com outras da mesma unidade de ensino pode prejudicar o rendimento dos alunos. As condições das salas de aula, que já são precárias, podem ficar ainda mais problemáticas com o aumento no número de alunos.
Inicialmente seriam fechadas turmas nas escolas Wallace Castelo Dutra, Santo Antônio, Pio XII e Nestor Gomes. As condições físicas das unidades já não são adequadas e a fusão de turmas prejudicaria ainda mais o andamento das aulas.
Em uma das escolas que teria as turmas fundidas, por exemplo, o sol bate em metade das salas, obrigando os alunos a se aglomerarem na outra metade. Com o aumento no número de alunos isso ficaria impossível. Há ainda, problemas de ventilação nas unidades e falta de espaço adequado para a realização de Educação Física.
Os estudantes denunciaram, também, que a falta de prestação de contas por parte da direção da escola Santo Antônio impede que a unidade, que está em condições precárias, receba recursos. A reforma da quadra da escola estava prevista desde o governo Renato Casagrande (PSB), mas não vai ser realizada por falta de prestação de contas.
Durante as discussões do projeto Escola Viva no primeiro semestre, foram os alunos que por meio de protestos cobraram uma atuação do governo na solução de problemas físicos das escolas. Como se não bastasse a dificuldade estrutural que os alunos vêm enfrentando, agora vão ter que conviver com salas cheias, por causa da medida de cortes do governo.
Fechamentos
As informações são de que turmas em 20 escolas serão fechadas no Estado. A maioria na Grande Vitória. São cinco em Cariacica e quatro em Vitória, mas também há comunicados a escolas de Santa Teresa, Jaguaré e Cachoeiro de Itapemirim.
No início do mês o governo chegou a anunciar o fechamento de seis turmas no Colégio Estadual, um dos que mais ofereceram resistência ao governo na discussão do projeto Escola Viva, mas recuou depois que alunos e professores ameaçaram protestar contra a medida.
No entanto, na escola Elza Lemos, localizada em São Pedro, mesmo bairro em que foi instalado o piloto do Escola Viva, nove turmas serão fechadas A medida visaria o corte nos gastos da Educação.
Em março passado professores, pais e estudantes entregaram ao Ministério Público Estadual (MPES) uma denúncia sobre o fechamento de 290 turmas na rede pública de ensino até aquela data. Mas até o momento, nenhuma providência foi tomada. A comunidade escolar teme prejuízo na educação com a medida.