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Protesto tem adesão em massa dos servidores públicos

O primeiro dia do “apagão” no serviço público, nesta terça-feira (15), promovido pelo Fórum das Entidades dos Servidores Públicos do Estado (Fespes) terminou com um ato público realizado na Avenida Vitória, em frente à sede da Secretaria de Estado de Agricultura (Seag), com a distribuição de chuchus e panfletos para a população.

 
Os servidores públicos penduraram uma faixa em que se lia “Hartung, esse abraço eu não quero” na passarela da assembleia e protestaram vestindo as camisas amarelas que são símbolo da campanha. 
 
O “apagão” segue até a próxima sexta-feira (18) com paralisações em diversas secretarias, órgãos e autarquias do executivo, unidades hospitalares e setores do judiciário. 
 
Alguns setores, como a Polícia Civil, já definiram uma agenda de concentrações para o “apagão”. Nesta quarta-feira (16), os policiais se concentrarão nas delegacias de Aracruz e Linhares, no norte do Estado, e em Colatina, no noroeste. Já na quinta-feira (17), haverá concentração em Cachoeiro de Itapemirim, na região sul e em Guarapari. 
 
Na sexta-feira (18), último dia de apagão, os policiais vão se concentrar na Chefatura de Polícia, na Avenida Reta da Penha, em Vitória, e no Departamento Médico Legal (DML), também em Vitória. Às 15 horas de sexta haverá plenária dos policiais civis para que sejam feitas novas deliberações. 
 
A paralisação atinge servidores da segurança pública, da saúde, do judiciário, das autarquias e demais secretarias. Para o funcionalismo, o governador insiste em utilizar a falácia da crise para justificar cortes sem fundamentos nos serviços públicos e para não atender às reivindicações dos servidores.
 
O movimento dos servidores teve adesão em massa das categorias. Todas as unidades do Instituto Capixaba de pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado (Incaper) foram paralisadas no Estado; os servidores do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) realizaram um café da manhã em frente à autarquia, localizada na Avenida Beira Mar, em Vitória. Os agentes socioeducativos do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Estado (Iases), os servidores da Companhia de Transportes Urbanos da Grande Vitória (Cetrub-GV), e da Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) de Vitória também cruzaram os braços.
 
O atendimento nos hospitais também foi paralisado. A paralisação atinge hospitais como São Lucas (no HPM, em Vitória), Infantil de Vitória, Himaba (Infantil de Vila Velha); Antônio Bezerra de Farias (Vila Velha); Dório Silva (Serra); Geral de Linhares (HGL), no norte do Estado; Estadual de São José do Calçado, na região sul; Jones dos Santos Neves, em Baixo Guandu, na região noroeste; além do Centro de Referência em Especialidades (CRE) de Cachoeiro de Itapemirim, no sul do Estado; Centro de Reabilitação Física do Espírito Santo (Crefes), em Vila Velha); e CRE Metropolitano (Cariacica).
 
O Hospital São Lucas, que funciona nas dependências do Hospital da Polícia Militar (HPM), só atende casos de urgência e emergência durante o apagão.
 
Negativas

 

Nas reuniões realizadas com representantes dos servidores, o governo não apresentou números para justificar a negativa em conceder a revisão salarial anual, definir uma data-base para o funcionalismo e conceder o auxílio alimentação.
 
O Comitê Gestor de Carreiras e Relações Sindicais (CGCARS) do governo respondeu oficialmente às reivindicações protocoladas há mais de um mês pelas entidades representativas de servidores negando o atendimento aos pleitos. Assim como nas outras ocasiões, o governo não apresentou números para justificar a negativa em conceder a revisão salarial anual, definir uma data-base para o funcionalismo, e conceder o auxílio-alimentação.
 
Em contrapartida, os últimos balanços e relatórios de gestão publicados no Diário Oficial do Estado mostram que a arrecadação estadual apresentou um desempenho superior às estimativas, com previsão de chegar ao final do ano com uma arrecadação superior a R$ 18 bilhões, o que representa uma elevação de R$ 2 bilhões em relação ao previsto.
 
Mesmo assim, o CGCARS, sem apresentar nenhum dado concreto, repetiu o discurso da crise e negou todos os pontos de pauta da categoria. A justificativa para não realizar a revisão geral e fixar a data base seria financeira. Já quanto à concessão do auxílio-alimentação, o governo diz não ser possível pagar o benefício, pois o caso está judicializado, sendo que foi próprio governo quem levou a situação à esfera judicial, indo contra, inclusive, a parecer do conselho da Procuradoria Geral do Estado (PGE). Quanto à mesa de negociação, o Comitê Gestor se auto-intitula como sendo essa instância, apesar de não seguir as determinações da Lei 46/94, que estabelece o regime jurídico único dos servidores públicos do Estado.

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