Foram necessárias apenas três sessões plenárias na Assembleia Legislativa sem a presença do governador Paulo Hartung (PMDB) no Estado para notar como as lideranças ficam perdidas sem suas ordens. Os deputados estaduais pareciam perdidos até na Ordem do Dia.
A ordem da Casa Civil era para que os deputados aprovassem um item e depois, em cima da hora, a orientação foi para aprovar outro. Acabou que o governo não conseguiu aprovar o que queria.
Isso sem falar na confusão entre o líder do governo, Gildevan Fernandes (PV), e alguns deputados que questionavam itens de um projeto de repercussão. Quem dizer, a relação do governador com os deputados, que passa pela Casa Civil e pela liderança do governo, sofreu um desencontro sem a presença do governador.
Além da perda de controle da pauta da Assembleia, o governo ainda sofreu algumas críticas. O deputado Bruno Lamas (PSB) foi à tribuna cobrar atenção para o município da Serra, já o deputado Sandro Locutor (PPS) foi ao microfone disparar contra a direção da Ceasa, criando um clima de desentendimento com o governo.
Faltou afinação do governo na hora de distribuir as tarefas para o período de licença do governador. Faltou fazer a costura para que os aliados não permitissem que a ausência do governador deixasse transparecer uma estratégia feita às pressas para que Hartung deixasse o Estado em um momento de crise.
Agora, se a situação vai se estabilizar a partir de segunda-feira (21), quando o governador retornar de sua viagem ao exterior, é que vamos ver. Será que os deputados aliados, que chegaram a concordar com os independentes, vão ter a mesma postura na hora dos debates na Assembleia?
A impressão é que não, vão voltar a votar sem saber em que e ainda agradecer o governador pelos vetos que receberam. Só está faltando isso.