A Procuradoria Regional Eleitoral no Espírito Santo (PRE/ES) encaminhou pedido de intervenção da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) na Associação dos Funcionários Públicos do Espírito Santo (AFPES). A intenção é promover a mudança na gestão da entidade, por conta da identificação de anormalidades administrativas e econômico-financeiras graves, que teriam ocorrido no processo eleitoral, beneficiando o então candidato Almir Vieira (PRP).
O MPF considera que a permanência dos diretores da época do episódio à frente da operadora inadequada. Por isso, a procuradoria solicitou informações à ANS sobre o andamento do processo e providências acerca do fato.
A AFPES começou a ser investigada mais a fundo pela Procuradoria Regional Eleitoral em 2014, quando foi proposta uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) a partir de um relatório emitido pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Nesse relatório ficou constatado que recursos foram desviados da Associação para abastecimento da campanha eleitoral do deputado estadual posteriormente eleito Almir Vieira. Ele era o presidente da Associação naquele ano, antes de se licenciar para disputar as eleições.
As irregularidades foram praticadas pela atual diretoria da operadora – sobre a qual, segundo a ação, Almir ainda exerce grande influência. Essa situação também fez com que o TRE-ES, a pedido da Procuradoria, determinasse a instauração de inquérito para que a Polícia Federal investigasse a possível prática dos crimes de falsidade ideológica, peculato e lavagem de dinheiro por parte do deputado e de outros envolvidos.
Em nota, o deputado Almir Vieira afirmou que a intervenção que a Procuradoria Regional Eleitoral pretende solicitar a ANS, na Associação, já existe. A Agência Nacional de Saúde Suplementar supervisiona a Associação dos Funcionários Públicos do Espírito Santo – AFPES, bem antes de sua gestão, garante Vieira. O deputado afirma que fez parte da gestão da Associação de abril de 2012 até cinco de abril de 2014.
“Pegamos uma instituição falida, fechando as portas, e conseguimos reverter o quadro financeiro. Nós tínhamos um patrimônio líquido negativo, e deixamos um patrimônio líquido positivo.Construímos uma UTI com 10 leitos, reformamos o novo centro cirúrgico, construímos um centro de esterilização de materiais que figura entre os mais modernos do estado, reformamos a parte física de todo hospital. O hospital funcionava apenas com 20 % de sua capacidade, hoje ele funciona
com 95%”, disse.
O deputado frisou ainda que está fora da associação desde abril de 2014, quando se afastou para o pleito eleitoral e “hoje só tenho com a instituição o vínculo comum de
associado”, afirmou.