O deputado Amaro Neto terá que brigar contra o tempo para mudar de partido antes do fim do prazo de migração, nesta sexta-feira (2). Além de o PPS estar dificultando sua desfiliação, ele ainda não teria vencido a barreira vinda de cima da Rede Sustentabilidade.
Se o deputado não se filiar até esta sexta, um ano antes do pleito municipal, vai ficar na dependência da aprovação da janela de transferência da Minirreforma, que ainda tramita no Congresso. A proposta prevê uma janela em abril do próximo ano, embora essa seja uma opção temerária, já que ela pode não ser aberta. Sem isso, sua participação na eleição de 2016 fica complicada. Ainda mais porque o PPS dá sinais de que não tem interesse em facilitar a vida do deputado.
Mas sair do PPS não é a única aresta que Amaro Neto precisa resolver. Nesta quinta-feira (1), o prefeito da Serra, Audifax Barcelos (Rede) tem um encontro com a presidenciável Marina Silva, principal lideranças do partido em nível nacional. O objetivo é tentar convencê-la a aceitar a entrada de Amaro na nova sigla.
À coluna Praça Oito, do Jornal A Gazeta, dessa quarta-feira (30), Amaro Neto afirmou que recusou a ida para a Rede porque não teria visto condições de crescer dentro do partido. Nos meios políticos, porém, os comentários eram de que o deputado não teria passado pelo crivo de Marina Silva, que tem analisado pessoalmente a aquisição de parlamentares para a sigla. Marina teria recebido uma cópia do deputado atuando no programa Balanço Geral (TV Vitória) e não teria se identificado com o perfil de Amaro para integrá-lo na Rede.
Amaro quer disputar a eleição municipal no próximo ano e oscila entre o pleito de Vila Velha e de Vitória. Em ambos os colégios tem condições de apresentar uma candidatura bastante competitiva. Mas, como está filiado ao PPS, não poderia entrar na disputa da Capital, onde seria seu maior interesse, já que o atual prefeito Luciano Rezende tem direito à reeleição.
Com o controle do PPS em suas mãos, o prefeito não estaria nada disposto a facilitar a saída de Amaro Neto do partido, enfrentar mais uma candidatura competitiva na busca da reeleição, poderia significar sua ausência na disputa do segundo turno em Vitória.
Já para a Rede no Estado, a filiação de Amaro Neto, além de garantir dois deputados na Assembleia – eles conseguiram atrair apenas Marcos Bruno ex-PRTB –, poderia colocar mais um candidato competitivo no pleito do próximo ano. O novo partido nasce com dez prefeitos e vai apostar suas fichas na Grande Vitória, na reeleição de Audifax Barcelos, mas a presença de Amaro poderia aumentar o capital do partido com um candidato no colégio eleitoral mais importante do Estado, Vitória.