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Crise de valores

A negociação do deputado estadual Amaro Neto com a Rede Sustentabilidade deu errado. Ele diz que o motivo foi o fato de o novo partido não permitir seu crescimento. Interlocutores na nacional do novo partido apontam que na verdade o veto veio da própria Marina Silva ao assistir a um episódio do programa policialesco do deputado. Ela não teria interesse em ter em seu palanque o discurso não ideológico de Amaro. 
 
Mas essa é só uma das contradições que envolvem a imagem de Amaro Neto. Sua postura em relação ao pleito do próximo ano mostra a crise de valores que vive a atual política. Marina prega uma nova política, pautada na ideologia partidária da construção em rede. Mas nem sempre a coisa segue por esse caminho. 
 
Amaro Neto foi o deputado estadual mais bem votado do ano passado. Se elegeu com o discurso da crítica à gestão da segurança. Ao chegar na Assembleia, porém, iniciou um mandato apagado, bem diferente do personagem que assume na frente das Câmaras. 
 
Mantém um capital político que o permite querer escolher em qual município quer disputar a eleição, deixando de lado a necessidade de ter uma identificação mais próxima com o eleitorado que pretende governar. Prefeitura é diferente de Assembleia. Se seu insosso mandato na Assembleia pode passar despercebido pela população, uma vez sentado na cadeira de prefeito será cobrado e terá que apresentar resultados, e ele nunca foi testado como gestor. 
 
Mas para a imagem que construiu e ainda sem o teste do governo, se dá ao luxo de escolher o partido que lhe dará as melhores condições de disputar com chance, seja onde for que escolha disputar. Independentemente de quem foi a decisão de não bater o martelo sobre a ida para a Rede, a decisão foi acertada para ambos. 
 
Amaro não se encaixa na proposta que Marina Silva está pregando – e com isso a coluna não quer dizer que a Rede será um partido purista em relação à sua ideologia, hoje em dia isso é praticamente impossível de se acreditar –; e a Rede não se encaixa nos planos de Amaro Neto de ter uma aliança forte para disputar uma eleição municipal com uma candidatura competitiva. 
 
E aí não importa a coloração partidária. É o retrato da crise institucional e política que vive o País, com os partidos enfraquecidos e as figuras populares ganhando a atenção da população por seus posicionamentos polêmicos para um projeto de poder de grupo ou personalista. 
 
Fragmentos:
 
1 – De certo mesmo, a Rede deverá ter apenas um deputado estadual. Marcos Bruno vai mesmo deixar o PRTB em busca de acomodação no novo partido, mas a negociação com Sérgio Majeski (PSDB) não parece estar andando. 

 

2 – Se a ideia é a de se equilibrar no embate entre os grupos de Renato Casagrande (PSB) e de Paulo Hartung (PMDB), ter Majeski poderia atrapalhar a articulação por aqui. Uma vez fora do PSDB, o deputado poderia assumir de vez sua postura de oposição. 

 

3 – A operação do Ministério Público Estadual (MPES) em Vargem Alta é mais um duro golpe no PSB, já que o prefeito Bosquinho, afastado do cargo, é filiado ao partido e aliado fiel de Casagrande.

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