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Secretaria de Transparência abre investigação contra ex-secretário de Casagrande

A disputa política em torno da questão dos empenhos da gestão passada ganhou um novo round. Nesta terça-feira (13), a Secretaria de Controle e Transparência (Secont) anunciou a abertura de uma investigação contra o ex-titular da pasta de Planejamento, Davi Diniz de Carvalho, pelo suposto remanejamento de R$ 7 milhões que seriam destinados ao pagamento de fornecedores para cobrir os gastos com a folha de servidores. A atual gestão acusa o ex-secretário de pressionar um funcionário da Secretaria de Justiça (Sejus) para realizar a anulação dos empenhos, que atenderia a ordem do então governador Renato Casagrande (PSB).

A Portaria nº 131-S, publicada no Diário Oficial, é assinada pelo secretário de Transparência, o promotor licenciado Marcelo Barbosa de Castro Zenkner, e pelo corregedor-geral do Estado, o procurador licenciado Sócrates de Souza. Entre as eventuais infrações cometidas pelo ex-secretário estão: crime contra a administração pública, improbidade administrativa, aplicação irregular de recursos públicos, premeditação e conluio. Essa é a primeira investigação direta contra um ex-integrantes da gestão socialista, que desde o início do ano vem passando por um “pente fino” pelo atual governo Paulo Hartung (PMDB).

A polêmica dos empenhos foi parar até na Assembleia Legislativa, onde uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) também se dedica ao tema. Entretanto, nunca uma investigação acusou abertamente ex-secretário – e até o ex-governador – de ter cometido irregularidades na anulação ou pagamento de despesas sem empenhos (reserva orçamentária). Os membros da Comissão Processante ainda não foram decidindo, cabendo a distribuição do processo interno ao corregedor.

Segundo a portaria, o ex-secretário Davi Diniz – que é servidor de carreira e atualmente cedido à Prefeitura de Vitória, onde é secretário da Fazenda – teria exigido a anulação de empenhos referentes ao pagamento do fornecimento de água, energia e outros serviços para unidades prisionais do Estado. Esses recursos – estimados em R$ 7 milhões – teriam sido remanejados para a folha de pagamento dos servidores públicos do Estado. O documento sugere ainda que a ação teria impedido o pagamento de serviços prestados e comprometidos com as empresas terceirizadas e prestadoras de serviços, bem como aqueles prestados por concessionárias de água, energia e comunicação.

A portaria relata que Davi Diniz teria feito ligações, entre novembro e dezembro do ano passado, para pressionar o então subsecretário de Justiça para Assuntos Administrativos, Ailton Xavier, que ocupa hoje um cargo similar (subsecretário de Controle e Suporte da Sejus), para tratar das anulações solicitadas. Em depoimento prestado à comissão processante interna aberta na própria pasta, o subsecretário teria afirmado que não “houve meios para que os Gestores da Secretaria contestassem a ordem provinda do governador”.

Procurado pela reportagem, o ex-secretário Davi Diniz afirmou que vai aguardar ser notificado do processo administrativo disciplinar (PAD) antes de se pronunciar.

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