A Justiça estadual vai realizar, nesta quinta-feira (15), o leilão de quatro veículos apreendidos do ex-contador da Câmara de Vereadores de Cachoeiro de Itapemirim, Hélio Grechi Roza, condenado por atos de corrupção. Ele foi sentenciado a mais de 16 anos de prisão por desvio de dinheiro público. Os veículos avaliados em R$ 94 mil foram apreendidos durante a Operação Parlamento Rosa, deflagrada em outubro de 2013. As investigações apontaram um rombo de R$ 2 milhões no erário pelo esquema de desvio de recursos públicos na folha de pagamentos da Casa.
O leilão acontece na sede da Associação Comercial de Cachoeiro de Itapemirim (Acisci), que fica localizada no bairro Guandu, a partir das 9 horas. Os veículos fazem partes dos lotes 02 a 05: Toyota Corolla XEI 1.8, ano 09/10, avaliado em R$ 36 mil e cujo lance inicial é de R$ 28,8 mil; Volkswagen New Beetle importado, 07/07 (avaliado em R$ 28 mil e tem lance mínimo de R$ 22,4 mil); Peugeot 307 16, 07/08 (avaliado em R$ 17 mil e tem lance inicial de R$ 13,6 mil); e um Chevrolet Celta 1.0 LS, 12/12 (avaliado em R$ 13 mil e tem lance mínimo de R$ 10,4 mil). Caso os valores mínimos não sejam atingidos, um novo leilão acontecerá no próximo dia 29. O valor recolhido no leilão será reincorporado ao erário municipal.
Na denúncia inicial, a promotoria do município sustentou que o ex-contador da Câmara teria “arregimentado um exército de co-autores, atuando em franca progressão criminosa, o que demonstra de maneira inequívoca a sua personalidade voltada para a prática de crimes e a forte possibilidade de reiteração criminosa”. O esquema de fraudes no pagamento de tributos e contribuições previdenciárias, cujos recursos acabavam desviados para as contas de terceiros, teria ocorrido entre os anos de 2005 a 2009 e no período entre 2012 e 2013.
Além da ação penal, o Ministério Público ajuizou uma ação de improbidade contra o ex-contador e mais oito pessoas – entre parentes de Hélio Grechi, empresários e supostos laranjas – para cobrar o ressarcimento integral dos valores desviados. A denúncia já foi recebida pela Justiça estadual, que determinou a indisponibilidade dos bens de todos os acusados.
A Operação Parlamento Rosa foi deflagrada em outubro de 2013 com o objetivo de colher mais documentos sobre o esquema de irregularidades na folha de pagamento da Câmara de Cachoeiro. Ao todo, nove pessoas foram presas, entre elas, servidores da Casa. Segundo as apurações, o então contador teria utilizado o dinheiro público para realizar uma série de negócios, como a compra de veículos, máquinas pesadas, imóveis e até cabeças de gado. A notícia da denúncia partiu do atual presidente da Casa, Júlio Ferrari (PV), que solicitou a abertura das investigações.