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Trabalhadores sofrem assédio moral para deixarem o movimento

Mesmo diante da tentativa de coação e do assédio moral, a greve dos bancários, que completa nove dias nesta quarta-feira (14), continua se fortalecendo. Nesta quarta-feira, ficaram fechadas 317 em todo o Estado. Do total de agências paralisadas, 137 são do interior e 180 na Grande Vitória. Ainda assim, o crescimento do movimento dos bancários não leva os bancos a apresentarem proposta que contemple os trabalhadores.

Entre os privados, 56 agências estão fechadas, sendo 12 do Santander, 18 do Itaú, oito do HSBC, 17 do Bradesco e uma do Safra. Dos públicos, estão fechadas 80 agências da Caixa Econômica Federal, 88 do Banestes, 92 do Banco do Brasil e uma do Banco do Nordeste do Brasil, em São Mateus, no norte do Estado.

Na região sul, os bancários do Banestes sofreram assédio moral para deixarem o movimento. Segundo o Sindicato dos Bancários do Estado (Sindibancários-ES), a Superintendência Regional Sul do Banestes coagiu os gestores banco a chamar os trabalhadores para reuniões e pressioná-los para sair da greve.

A pressão, no entanto, teve efeito contrário, já que os bancários, além de não saírem da greve, aumentaram o número de agências fechadas na região sul, que passaram de 21 nesta terça-feira (13) para 24 agências paralisadas nesta quarta-feira.

Para o Sindicato dos Bancários do Estado (Sindibancários-ES), os bancos são os principais responsáveis pela greve, já que o setor é aquele que pode contemplar os trabalhadores com reajuste digno, uma vez que lucrou R$ 36,3 bilhões só no primeiro semestre do ano.

Apesar dos altos lucros, os bancos privados e públicos negaram as reivindicações da categoria referentes à garantia de melhores condições de trabalho e ofereceram reajuste salarial abaixo da inflação, de apenas 5,5%.

Enquanto os trabalhadores convivem com péssimas condições de trabalho e tentativa de arrocho salarial, os bancos registram altos lucros.

Os cinco maiores bancos que operam no País (Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa) lucraram R$ 36,3 bilhões no primeiro semestre deste ano, o que representa um crescimento de 27,3% em relação ao mesmo período do ano passado.  Por isso, a categoria considera a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) rebaixada.

Dentre outras reivindicações, os trabalhadores pleiteiam reajuste salarial de 16%; Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de três salários mais R$ 7.246,82; e piso salarial de R$ 3.299,66.

A Fenaban propôs um reajuste de 5,5% no salário, também na PLR e nos auxílios refeição, alimentação, creche, além de abono de R$ 2,5 mil. O Comando Nacional dos Bancários (Contraf) considerou que o reajuste está muito abaixo da inflação, que ficou em 9,88%, em agosto deste ano.

 

Além da questão salarial e de benefícios, os bancários também cobram o fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações, principalmente diante dos riscos de aprovação do Projeto de Lei Complementar (PLC) 30/15 no Senado, além da ratificação da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que coíbe dispensas imotivadas.

A categoria também pleiteia prevenção contra assaltos e sequestros, com a permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação; instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas; abertura e fechamento remoto das agências e fim da guarda das chaves por funcionários.

Na questão social, os bancários reivindicam o fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência.  

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