A escola está há dois anos em reforma e durante todo este período os alunos estudam em salas de aula de madeirite e telhas de amianto, em situação improvisada. A obra foi iniciada no governo Renato Casagrande (PSB) e paralisada no início do ano, já na gestão de Paulo Hartung (PMDB), o que gerou reações da comunidade escolar, que chegou a protestar contra a paralisação.
Embora a obra está em fase de acabamento, os alunos não sabem quando poderão ocupar as novas salas de aula. O improviso é tanto que atingiu a cozinha da unidade de ensino, que foi desativada para a conclusão da obra.
O problema é que a região em que escola se localiza é extremamente carente e muitos dos alunos só fazem refeições balanceadas na escola. Enquanto a cozinha da escola permanece fechada, os alunos são alimentados com pão, leite, achocolatado e comida industrializada.
A alimentação servida aos alunos está em desacordo com o que estabelece o artigo 14 do Plano Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), que determina que, do total dos recursos financeiros repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) no âmbito do Pnae, no mínimo 30% deverão ser utilizados na aquisição de gêneros alimentícios diretamente da agricultura familiar e do empreendedor familiar rural ou de suas organizações.
Além estudarem em salas improvisadas e de receberem merenda sem qualidade, os alunos estão perdendo boa parte dos professores efetivos. Na última remoção feita pela Secretaria de Estado da Educação (Sedu), a maioria dos professores efetivos pediu para sair da escola por conta da falta de condições de ministrar aulas de qualidade por conta da precariedade do local.
Ainda assim, a direção da escola Zumbi dos Palmares não permite que se façam arranjos para que os alunos não sofram tanto com o calor em sala de aula e a comida de baixa qualidade. Os alunos estavam dispostos a dialogar, já que não há possibilidade de ficar na escola sem alimentação de qualidade, mas a direção mantém os horários das aulas normais.