Fotos: Jorge Alex
Vinte dias depois do fornecimento de apenas água salgada aos moradores de São Mateus, no norte do Estado, o prefeito Amadeu Boroto (PSB) resolveu contratar caminhões-pipas para abastecer a população com água potável. O serviço será feito sempre entre às segundas e sábados, das 7h às 17 horas. A medida, embora tardia, minimiza o drama dos moradores, que desde o início deste mês só recebem água salgada em suas casas, que é imprópria para consumo.
Segundo informações do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), a prioridade são os bairros periféricos, onde a população não dispõe de recursos para comprar água mineral das distribuidoras. A prefeitura garante que a água é própria para consumo, já que é retirada de poço artesiano e depois desinfectada com cloro. Mesmo assim, recomenda que os moradores a filtrem antes de utilizar.
A contratação dos caminhões-pipas vem uma semana após o vereador de São Mateus Eneas Zanelato (PT) requerer, em caráter emergencial, que a prefeitura forneça água potável para a população, em especial às famílias de baixa renda. Ele tratou a omissão da prefeitura como inadmissível. “É obrigação da prefeitura fornecer água de boa qualidade para toda a população, e neste momento de crise hídrica, é preciso investir em outras alternativas”.
O vereador criticou o prefeito Amadeu Boroto por até agora não ter feito nenhum pronunciamento para orientar e se mostrar solidário ao sofrimento da população. “Amadeu resolveu colocar seus secretários para falar por ele e sumiu do mapa”, ressaltou.
O requerimento de Eneas foi aprovado na Câmara na última terça-feira (13) e cobra não apenas o fornecimento de água por meio de caminhões-pipas, como investimentos em perfuração de poços artesianos na sede de São Mateus, Ilha de Guriri e distritos, além da realização de audiências públicas para buscar soluções junto com a população para resolver o problema (datas, horários e locais ainda serão definidas).
A situação em São Mateus chegou a esse ponto com a baixa vazão do rio Cricaré, que abastece o município, permitindo o avanço do mar e a consequente salinização da água do manancial. A primeira medida do Saae foi interromper o abastecimento. Depois, com autorização judicial, passou a distribuir água salgada, apenas para higiene. Situação que se mantinha até esta terça-feira.