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Após 21 dias de greve, bancários aceitam proposta da Fenaban

Após 21 dias de paralisação, os bancários capixabas aprovaram a proposta de Convenção Coletiva de Trabalho e decidiram encerrar a greve. Na assembleia realizada na noite desta segunda-feira (26), os trabalhadores decidiram pela aprovação da proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). A proposta, no entanto, não agradou à totalidade dos trabalhadores, que a considerou insatisfatória. Do total de votos, 302 foram pela aprovação, 214 pela rejeição e houve cinco abstenções.

A proposta consiste em reajuste de 10% para salários, Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e piso salarial; e 14% para os vales refeição e alimentação. Além disso, os banqueiros propuseram compensação dos dias de greve de uma hora-diária até 15 de dezembro, a contar a partir da assinatura do acordo. Dessa forma, serão abonados 63% das horas dos trabalhadores de 6 horas, de um total de 84 horas, e 72% para os trabalhadores de 8 horas, de um total de 112 horas.

“A proposta foi insuficiente diante da rentabilidade do setor financeiro (R$ 36 bilhões no primeiro semestre deste ano). Temas importantes, como o fim das demissões imotivadas, assédio moral e contratações de mais bancários foram ignorados pelos bancos, mas nossa negociação envolve todo o país, e a orientação do Comando Nacional foi a aceitação, por isso a posição trazida pelo Sindicato foi a aprovação do acordo”, informou o coordenador geral do Sindibancários/ES e membro do Comando Nacional, Jessé Alvarenga.

Na avaliação do diretor de Imprensa do Sindicato, Carlos Pereira de Araújo (Carlão), a greve foi positiva. Segundo ele, inicialmente, os bancos queriam impor um arrocho salarial, sem sequer recompor a perda inflacionária. “Foi a pressão dos bancários que fez a Fenaban sair dos 5,5% e chegar a aos 10%, que ainda é muito pouco se comparado ao lucro dos bancos. O erro da maioria do Comando Nacional foi aceitar a proposta e indicar a aceitação. Como temos a responsabilidade política de defender a categoria organizada nacionalmente, seguimos a orientação”, afirmou Carlão.

Bancos públicoa

O Acordo Coletivo proposto pelo Banco do Brasil também foi aprovado na assembleia desta segunda por 62 votos a favor e 55 contra. O Sindicato orientou a rejeição da proposta. “Entendemos que o BB não avançou em nada nas cláusulas sobre as condições de trabalho, Cassi e outras demandas específicas que afligem os bancários. Esse era o momento de buscar pressionar o banco”, afirmou o diretor do Sindicato Thiago Duda. Na sua avaliação, o saldo positivo da greve foi o processo que se construiu no decorrer do movimento, com a crescente adesão e a sensibilização dos bancários.
 
Na Caixa Econômica Federal, o debate foi acirrado. O Sindicato defendeu a rejeição da proposta e a continuidade da greve. A primeira votação ficou empatada.  Mas na segunda, foi aprovada por 122 a 114 votos. “A proposta da Caixa é muito ruim, não atendeu nenhuma reivindicação da categoria, os problemas cotidianos que os empregados enfrentam continuarão existindo; todas as agências sofrem com a falta de pessoal e o banco sequer garantiu a contratação de mais empregados”, criticou a diretora do Sindicato Lizandre Souza Borges.
 
Durante a assembleia, bancários relataram um movimento patronal na Caixa e no Banco do Brasil de pressão sobre gestores para que comparecessem ao Centro Sindical com o propósito de por fim à paralisação. “Somos todos bancários e participar da assembleia é, antes de tudo, um direito dos trabalhadores. O lamentável é ver os bancos tentando se utilizar disso para desmobilizar a categoria. Mas não permitiremos qualquer tentativa de nos dividir. Os empregados da Caixa e do Banco do Brasil saem unidos de mais essa greve”, afirmou a diretora do Sindicato Lizandre Souza Borges.
 
Proposta da Fenaban aprovada
 
Reajuste: 10%
 
Pisos: Reajuste de 10%
 
– Piso de portaria após 90 dias: R$1.377,62
 
– Piso de escriturário após 90 dias: R$1.976,10
 
– Piso de caixa após 90 dias: R$2.669,45 (que inclui R$470,75 de gratificação de caixa e R$222,60 de outras verbas de caixa).
 
PLR regra básica: 90% do salário mais valor fixo de R$2.021,79, limitado a R$10.845,92. Se o total apurado ficar abaixo de 5% do lucro líquido, será utilizado multiplicador até atingir esse percentual ou 2,2 salários (o que ocorrer primeiro), limitado a R$23.861,00.
 
PLR parcela adicional: 2,2% do lucro líquido distribuídos linearmente, limitado a R$4.043,58.
 
Antecipação da PLR até 10 dias após assinatura da Convenção Coletiva: na regra básica, 54% do salário mais fixo de R$1.213,07 limitado a R$6.507,55. Da parcela adicional, 2,2 % do lucro líquido do primeiro semestre, limitado a R$2.021,79.  O pagamento do restante será feito até 01 de março de 2016.
 
Auxílio-refeição: de R$26 para R$29,64 por dia.
 
Cesta-alimentação: de R$431,16 para R$491,52
 
13ª cesta-alimentação: de R$431,16 para R$491,52
 
Auxílio-creche/babá: de R$ 358,82 para R$394,70 (para filhos até 71 meses). E de R$306,96 para R$337,66 (para filhos até 83 meses).
 
Requalificação profissional: de R$ 1.227,00 para R$1.349,70
 
Compensação dos dias de greve: uma hora diária até 15 de dezembro, a contar a partir da assinatura da Convenção. Dessa forma, serão abonados 63% das horas dos trabalhadores de 6 horas, de um total de 84 horas, e 72% para os trabalhadores de 8 horas, de um total de 112 horas.

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