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Eleição no Sindaspes: duas chapas são impugnadas por sumiço de cédulas

Os integrantes da Comissão Eleitoral do Sindicato dos Agentes do Sistema Penitenciário do Estado (Sindaspes) se reuniram nessa segunda-feira (26) para discutir os rumos da eleição da entidade, que foi realizada em 17 de outubro, mas ficou indefinida por conta do sumiço de cédulas.

Os participantes decidiram, por maioria, a ratificação da ata escrita durante reunião após a votação, que impugnou a Chapa 3 por supostamente ter burlado a legislação eleitoral.

Na reunião desta segunda-feira, os integrantes da comissão decidiram pela impugnação da Chapa 1 e da Chapa 3 por suspeita de sumiço das cédulas que estavam nas urnas de votação. As duas chapas têm até esta quarta-feira (28) para apresentarem recursos às impugnações.

De acordo com o candidato à presidência da entidade pela Chapa 3, Sóstenes Araújo, a chapa vai ingressar com ação solicitando a intervenção judicial nas eleições. Além disso, ele acrescentou que a chapa vai entrar com um processo por calúnia e difamação pelo fato de ter sido implicada no sumiço das cédulas.

Confusão

As urnas de votação foram distribuídas nos municípios de Barra de São Francisco e Colatina, no noroeste do Estado; Cachoeiro de Itapemirim e Marataízes, no sul; em Guarapari e em Vitória.

A votação transcorreu de maneira tranquila, mas uma confusão ocorrida durante a apuração, já na madrugada do dia 18 de outubro, impossibilitou a conclusão do processo. Os membros da Chapa 3 se disseram injustiçados pela supressão de votos, enquanto membros da Chapa 1, que conta com representantes da atual diretoria, alegaram que a Chapa 3 foi impugnada por irregularidades ocorridas durante a votação.

Em entrevista a Século Diário, o candidato à presidência da entidade pela Chapa 3 contou que, dias após o registro, a chapa foi impugnada e os membros tiveram de recorrer à Justiça para retorno ao pleito.

O inspetor penitenciário relatou que a eleição correu de maneira tranquila, com total lisura e um fiscal de cada uma das quatro chapas fiscalizando as urnas. Às 5 horas, a votação foi encerrada e as urnas foram deslocadas para a sede do sindicato, em Maruípe, Vitória.

De acordo com Araújo, quando terminou a apuração, a comissão alegou que a chapa seria impugnada por ter colocado transporte à disposição dos associados para a votação. Ele disse que a Chapa 1 não colocou o transporte à disposição dos associados, mas que a proibição não era estatutária. Segundo ele, a própria categoria se organizou para votar. “Acusaram sem provas. Não deixaram ninguém subir para a apuração alegando que a chapa seria impugnada e sumiram com todas as cédulas da urna”.

Ele contou que os membros da Chapa 1 viram que a Polícia Militar foi acionada e tentaram evadir, por isso, foi feito um cordão de isolamento em torno do atual presidente da entidade, Antônio Vilela, para que ele não saísse do local. Quando chegaram ao sindicato, o delegado pediu que fosse apresentada a urna, mas faltavam os 600 votos.

Segundo Araújo, foi registrada a ocorrência, que está em fase de inquérito, e a chapa vai cobrar que novas eleições sejam realizadas, com a intervenção do Ministério Público Estadual (MPES). Ele acrescentou que todas as chapas, com a exceção da Chapa 3, eram formadas por membros da atual diretoria com o objetivo de pulverizar os votos e favorecer à Chapa 1.

Chapa 1

Um representante da Chapa 1, que não quis se identificar, deu outra versão para o que aconteceu no dia da eleição para a diretoria do Sindaspes. Ele contou que durante o dia o candidato que encabeça a Chapa 3, que foi fiscal de urna, assediou os agentes pedindo votos para a chapa. Segundo ele, um membro da mesa o repreendeu dizendo que não poderia direcionar os votos.

Este membro da Chapa 1 disse que no fim da tarde começaram a chegar fotos de micro-ônibus e vans que, segundo ele, transportavam votantes a pedido de Araújo. Ele acrescentou que, embora a proibição não estivesse no estatuto, ficou acordado que, assim como nas eleições majoritárias, seria proibido que candidatos bancassem o transporte de votantes.

Ele contou, ainda, que a comissão eleitoral, na elaboração do relatório, optou pela impugnação da chapa diante da comprovação do transporte – com registro de placas e testemunhas – por parte do candidato concorrente e registrou em ata a impugnação. Segundo ele, já era por volta de 5 horas de domingo quando o relatório foi finalizado, mas o representante da Chapa 3, Marcelo Fernandes da Silva, se recusou a assinar.

O integrante da Chapa 1 contou que houve uma discussão no sindicato e, nesse tempo, as pessoas começaram a sair e foi neste momento que o carro do presidente do sindicato foi cercado por cerca de 30 pessoas e a viatura da Polícia Militar chegou, conduzindo todos para a delegacia. Ele conta que Vilela chegou a dizer que tinha violado a urna em primeiro momento, mas alegou depois que temia ser agredido e, em depoimento, negou que tivesse violado.

Ele disse que o delegado não viu provas da violação e liberou todos depois de serem ouvidos.

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