A Federação Nacional dos Servidores do Judiciário (Fenajud) divulgou, na última terça-feira (3), uma nota de apoio à greve dos serventuários do Tribunal de Justiça do Estado (TJES), que vai completar um mês nesta sexta-feira (6). No documento, a entidade destacou a resistência dos trabalhadores diante das “pressões exercidas” pela gestão da Corte, em alusão às limitações impostas pela Corte ao movimento paredista. A Federação também denunciou a postura contraditória do tribunal capixaba por tratar magistrados e trabalhadores de forma desigual.
“No Espírito Santo, os colegas têm sofrido as mais diversas sanções lançadas com o intuito de enfraquecer a adesão à greve a exemplo da determinação de que as manifestações sonoras ocorram a, no mínimo, 100 metros do tribunal. Mesmo assim, a categoria se mantém firme na luta e tem mostrado à população a postura contraditória da gestão em manter o auxílio moradia dos juízes ao mesmo tempo em que emperra a negociação com o sindicato”, diz a nota.
Em outro trecho do documento, a entidade afirmou: “Os trabalhadores merecem respeito e o pagamento da revisão geral anual retroativa ao mês de maio, retorno dos percentuais de assiduidade e do adicional por tempo de serviço (ATS), melhorias nas condições de trabalho nos Fóruns e tratamento isonômico entre magistrados e servidores, por parte da presidência do Tribunal”.
A Fenajud destacou ainda que a manifestação de apoio “também se dá de forma irrestrita por parte dos trabalhadores do Poder Judiciário dos demais estados”, que enfrentam as mesmas dificuldades ao “levantar a bandeira da Justiça de classes dentro do Poder mais conservador deste País”.
Por conta das restrições impostas pela desembargadora Elizabeth Lordes ao movimento, a semana está sendo marcada pelo que foi chamado de “greve de zelo”. Os trabalhadores se reúnem em assembleia nesta sexta, a partir das 9h30, no auditório do SENAC, em Bento Ferreira, em Vitória. Até o momento, a direção do TJES não apresentou uma nova proposta à categoria, que ficará em greve por tempo indeterminado. O Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário (Sindijudiciário) anunciou que um grupo de desembargadores, através da Associação de Magistrados do Estado (Amages), também visa à abertura de um canal de negociação.