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Sindiupes: depois de uma semana de apuração, chapa de situação vence disputa

A apuração dos votos da eleição para a nova diretoria do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado (Sindiupes) foi encerrada na tarde desta sexta-feira (27), depois de uma semana de contagem. Foram totalizados 9.862 votos, sendo 5.299 para a Chapa 2 – Sindiupes com Você, pra Você, de situação, e 4.002 para a Chapa 1 – A Base Luta, a Base Assume, que fazia oposição, além de 415 em branco, 114 inválidos e 32 nulos.

Durante os dois dias de votação, pouco mais de um terço dos aptos a votar compareceram às urnas, o que mostra que não houve engajamento dos sindicalizados a votarem no pleito deste ano. A posse da nova diretoria será realizada no dia 20 de dezembro.

Apesar de o Sindiupes afirmar que houve tranquilidade no processo eleitoral, a Chapa 1 denunciou, tanto durante a votação quanto na apuração, inúmeras irregularidades que iam de falta de urnas entregues, até tentativa de impedir que a oposição acompanhasse o processo.

Em um dos dias de votação, a Polícia Militar precisou intervir para garantir que um integrante da Chapa 1 pudesse entrar no prédio do sindicato e negociar a saída das urnas itinerantes.

Por conta de todas as irregularidades que constatou durante o pleito, a Chapa 1 orientou os sindicalizados a procurarem o Ministério Público (MPES) para relatar o que ocorreu durante o processo. Os relatos serão agrupados e organizados pela Promotoria do órgão ministerial.

A Chapa 1 denunciou, também, que a Comissão Eleitoral não cumpriu o regimento eleitoral e o estatuto da entidade, não garantindo urnas, mesários, cédulas e envelopes suficientes, tomando decisões sem garantir a presença de representantes da chapa de oposição.

Até o fim da tarde dessa quinta-feira (26), urnas do interior ainda chegavam a Vitória para apuração, que foi feita de maneira descentralizada.

A Chapa 2, de situação, e composta por membros da atual gestão, tem nos quadros membros da corrente Articulação Sindical (ArtSind), que é ligada ao deputado estadual José Carlos Nunes (PT), que se licenciou da presidência da Central Única dos Trabalhadores (CUT) para assumir o mandato, deixando na presidência da entidade a vice, Noêmia Simonassi, que também compõe a Chapa 2 do Sindiupes. Atualmente, o Sindiupes é filiado à Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), um braço da CUT.

Observadores apontam que a base da categoria tem ressalvas quanto à Chapa 2, que esteve ausente das lutas em momentos importantes do atual governo Paulo Hartung (PMDB), como o combate ao Escola Viva – que institui o turno único em escolas do ensino médio da rede estadual -, o fechamento de turmas da rede estadual, e a revisão anual dos vencimentos dos servidores.

Ressaltam, ainda, que é interesse do atual governo manter o sindicato atrelado à administração, como vem acontecendo, uma vez que se a entidade permanecer “às boas” com o governo esvazia, assim, o movimento dos servidores públicos. 

A chapa de situação tem lastro principalmente entre os aposentados. A atual diretoria, inclusive, é acusada de ter aplicado um golpe na assembleia geral de São Mateus, no norte do Estado, realizada em 2014, que modificou o estatuto da entidade, permitindo a reeleição indefinidamente.  

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