Os servidores do Tribunal de Justiça do Estado (TJES) vão manter a greve por tempo indeterminado. A decisão unânime foi tomada na assembleia da categoria, realizada na manhã desta quarta-feira (2). Durante o encontro, ficou claro o descontentamento com o resultado da votação dos projetos que tratam do ajuste fiscal do TJES com o corte de direitos dos trabalhadores. O movimento paredista já dura quase dois meses e segue longe de uma definição.
Os servidores criticaram ainda o posicionamento dos deputados estaduais que teriam sucumbido, na visão da categoria, à pressão exercida pelo Tribunal de Justiça para congelar promoções e postergar o pagamento dos direitos e benefícios para até 2018. Mesmo com a aprovação dos projetos, os servidores destacaram uma pequena vitória: a exposição pública da irresponsabilidade da gestão da Justiça estadual no trato com o dinheiro público.
De acordo com o Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário (Sindijudiciário), novas ações de protesto serão realizadas nos próximos dias na Grande Vitória e nas Comarcas do interior. O calendário de mobilizações para esta semana deve ser divulgado nos próximos dias. A categoria pede o cumprimento da revisão geral anual dos vencimentos – com efeitos retroativos ao mês de maio, data-base da categoria.
Apesar da direção do tribunal justificar a falta de orçamento para gastos com pessoal, o sindicato cobra isonomia de tratamento com os togados, que tiveram o reajuste de 14,98% em janeiro e que receberiam mais 16% de aumento no próximo ano (esse reajuste também foi alvo do corte de despesas). Além da questão salarial, os servidores também pedem retorno de gratificações, correção de auxílios (saúde e alimentação), bem como melhoria nas condições de trabalho nos fóruns.
Segundo a presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário, Adda Maria Monteira Lobato Machado, não existe qualquer mesa de negociação em aberto. Ela atribui isso à falta de interesse em negociar por parte da própria administração do TJES, que deve passar por mudanças em breve. O desembargador Sérgio Bizzotto deixa à Presidência do tribunal no próximo dia 17. Ele será substituído pelo desembargador Annibal de Rezende Lima, que chegou a conversar com os servidores na ocasião da discussão legislativa sobre o ajuste fiscal, mas que não apresentou qualquer proposta de fato à categoria.