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Governo cancela acordo com entidade responsável pela gestão do novo São Lucas

O governo do Estado anunciou, nessa segunda-feira (7), o cancelamento do contrato firmado com o Instituto Americano de Pesquisa, Medicina e Saúde Pública (Iapemesp) para gestão do Hospital Estadual de Urgência e Emergência, o novo São Lucas. O anúncio foi feito pelo interventor, Anselmo Dantas. A entidade paulista era investigada por suspeitas de irregularidades na administração da unidade. No mesmo dia, a Secretaria de Saúde (Sesa) anunciou as organizações sociais de saúde (OSS) que continuam na disputa pelos serviços estimados em quase R$ 100 milhões por ano.

De acordo com o resumo das propostas, publicado no Diário Oficial do Estado, sete entidades se inscreveram para participar do edital de convocação. No entanto, somente duas OSS atenderam a todos as regras da licitação, são elas: a Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar (PRÓ-SAÚDE), que obteve 90,5 pontos, e o Instituto Corpore, que ficou com 48,5 pontos. Foram desclassificadas: Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH); Instituto Vida e Saúde (Invisa); Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Bariri; Instituto Meridional; além do próprio Iapemesp.

O edital de convocação de OSS para gestão do novo São Lucas foi publicado no início de outubro pela Sesa. O processo de seleção chegou a ser suspenso após decisão liminar do juízo da 4ª Vara da Fazenda Pública Estadual, que acolheu o pedido feito pela entidade paulista. Na ocasião, a juíza Sayonara Couto Bittencourt classificou que o governo agiu de forma leviana ao interpretar uma decisão judicial anterior, que obrigava somente a conclusão da sindicância contra a entidade. No entanto, o Tribunal de Justiça do Estado (TJES) deferiu o pedido da Procuradoria para suspender a decisão.

Segundo o edital de convocação de OSS, o valor máximo de orçamento previsto para os 13 meses de gestão é de R$ 96,75 milhões, divididos entre R$ 89,75 milhões para custeio e o restante (R$ 7 milhões) para novos investimentos.

Histórico de suspeitas

No final do ano passado, a gestão do então governador Renato Casagrande (PSB) determinou a intervenção administrativa no novo São Lucas, após um relatório da área técnica da Sesa ter apontado indícios de irregularidades nas contratações de serviços e na compra de materiais e medicamentos. A Procuradoria-Geral do Estado (PGE) teria recomendado a adoção da medida. Em fevereiro do ano passado, a Justiça chegou a afastar totalmente o Iapemesp da gestão da unidade, mas voltou atrás e manteve o acordo firmado.

A OSS paulista comandava a unidade desde julho do ano passado, quando a unidade foi inaugurada ainda funcionando imparcialmente, passando a atuar como um hospital de retaguarda (do modelo de porta fechada, que recebia pacientes de outros hospitais) na Grande Vitória. A promessa inicial era de que, até o final de 2014, o novo hospital passasse a contar com 175 leitos. No entanto, o hospital fechou o ano passado com número próximo de 100 leitos.

Na Justiça, a defesa da entidade alegou que todos os pagamentos questionados se tratam de meras falhas formais, sem qualquer ocorrência de mau-uso ou desvio de recursos públicos.

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