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Demora em socorro para debelar incêndio sacrifica mais uma vez o Parque de Itaúnas

O incêndio que consome o Parque Estadual de Itaúnas, em Conceição da Barra (norte do Estado), poderia ter tomado menor proporção, se o socorro para conter o fogo tivesse sido enviado ainda na última quarta-feira (9), quando teve início o incêndio na localidade de Riacho Doce, que também é área de proteção permanente (APP), na divisa entre Espírito Santo e Bahia.

Nesta segunda-feira (14), o fogo se aproximou da Vila de Itaúnas, no que já é considerado o maior incêndio na área do parque que se tem notícia. Quando os primeiros focos surgiram, na última quarta-feira, o Corpo de Bombeiros foi acionado por moradores. Até sexta-feira (11), quando as chamas já estavam no Parque, apenas as equipes do local trabalhavam para conter o incêndio, ainda assim, sem reforço enviado pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema).

Somente no sábado (12) foram enviadas equipes do Corpo de Bombeiros e o helicóptero para ajudar no combate ao incêndio. Os moradores da Vila também atuam como voluntários para conter as chamas.

Pouco mais de 50 pessoas trabalham no combate ao incêndio, entre voluntários, funcionários do Parque e bombeiros. Apesar de o fogo já ter chegado perto da Vila de Itaúnas, é pouco provável que atinja as casas, já que o vento não leva as chamas para o local.

Os moradores da Vila que não estão no combate ao incêndio também se mobilizaram para ajudar as equipes, seja no fornecimento de lanches, ou disponibilizando hospedagem para os que atuam neste combate.

Demora

A mesma demora para a chegada do socorro ocorreu em dezembro de 2014, quando um incêndio de grandes proporções atingiu a Vila de Itaúnas. O fogo começou por volta das 11 horas do dia 28 de dezembro do ano passado, mas foi se alastrando rapidamente com a força do vento nordeste. À noite, o fogo já havia percorrido cerca de 10 quilômetros.

A primeira chamada ao Corpo de Bombeiros foi feita às 13 horas, mas a unidade só chegou ao local às 21 horas. Inicialmente, os bombeiros que vieram de São Mateus, alegaram que estavam atendendo a outra ocorrência no  município de Jaguaré. Como só há quatro homens e uma única viatura, os bombeiros justificaram que não podiam atender imediatamente a ocorrência em Itáunas. Eles também alegaram que o incêndio, segundo informações do Parque de Itaúnas, por ser em turfa (é um material vegetal, parcialmente decomposto, que pode se transformar em carvão, devido a emanações de metano do solo, por isso altamente inflamável – impedia uma ação imediata dos bombeiros.

Sem o socorro imediato, os próprios moradores e até mesmo turistas passaram a combater os fogos de incêndio, que por volta das 19 horas ameaçavam casas e pousadas.

Ao chegarem ao local, por volta das 21 horas, os bombeiros pediram que os moradores dos imóveis mais vulneráveis deixassem suas casas. Hóspedes de uma pousada, sem ter onde se abrigar, acabaram indo embora da Vila. Um camping próximo ao local do incêndio também teve que evacuar seus clientes.

Os moradores ajudaram os bombeiros a controlar o fogo. Em trabalho de mutirão, os moradores utilizaram águas de tanques, poços, caixas d’água e até de piscinas para apagar o fogo. Os moradores comentavam, após ver o fogo ser rapidamente controlado com a chegada dos bombeiros, que uma ação mais imediata teria evitado que o fogo se alastrasse, ameaçando vidas e imóveis.

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