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Bancos se negam a realizar campanha contra assédio sexual entre bancários

Apesar de o assédio sexual ser umas das principais formas de violência contra as bancárias, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) se negou a realizar uma campanha conjunta com o movimento sindical de combate a essa prática. O posicionamento da Fenaban, anunciado durante reunião com os dirigentes sindicais na última terça-feira (15) em São Paulo, é contrário ao que foi sinalizado pelos banqueiros durante a campanha salarial nacional de 2015.

Na mesa que discutiu igualdades e oportunidades, o único compromisso assumido pelos bancos em relação ao tema foi o de reforçar a comunicação e sensibilização interna, o que é ainda é insuficiente para combater o assédio sexual, que violenta cada vez mais bancárias. O assunto preocupa os trabalhadores, como mostrou a consulta nacional realizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), na qual 12% da categoria elegeu o tema como prioridade na campanha de 2015.

“A postura da Fenaban é um retrocesso na luta que temos diariamente contra o assédio sexual dentro dos bancos. Essa é uma violência que está fortemente presente dentro das instituições financeiras e que vitimiza principalmente as mulheres. Ao se negarem a realizar uma campanha ampla e forte, os bancos sinalizam que se importam apenas com o lucro, mesmo que para alcançar as metas absurdas, seus gestores se utilizem do cargo de poder que ocupam para assediar, moral e sexualmente, as empregadas. Não vamos aceitar e permaneceremos firmes na luta contra todas as formas de opressão”, enfatiza a diretora do Sindicato dos Bancários do Estado (Sindibancários-ES), Lizandre Borges.

Igualdade racial

A Fenaban também apresentou os dados sobre a participação das mulheres negras no setor. Em 2008, eram 8,2% da categoria. Já no novo censo, esse número subiu para 11% e a população economicamente ativa (PEA) está em 21,6%. Os dados foram apresentados somente após muitas cobranças do movimento sindical e, ainda assim, são insuficientes, uma vez que a discriminação contra as mulheres ainda está fortemente presente nos bancos.

A inclusão de pessoas com deficiência também foi debatido. Os representantes dos trabalhadores questionaram quais as ações em curso para avanço no cumprimento da cota de pessoas com deficiência. Os bancos afirmaram que o percentual de trabalhadores com deficiência no setor atualmente é de 3,6%, contra 1,8% em 2008. A Fenaban alega que a dificuldade de contratação se deve à deficiência da educação pública.

Os dirigentes sindicais discordaram dos banqueiros e reafirmaram que esse ainda é um percentual pequeno e o número de empregados com deficiência nos bancos, além de insuficiente, está aquém do mínimo exigido pela lei, de 5%. O tema de inclusão de trabalhadores com deficiência será retomado na primeira reunião de 2016.

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