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Ano de 2015 foi de reaquecimento do movimento sindical no Espírito Santo

O ano de 2015 foi marcado por intensa luta sindical no Estado e revigorou os movimentos reivindicatórios, principalmente de servidores públicos estaduais que, já conhecendo o tratamento que o governador Paulo Hartung (PMDB) dispensa ao funcionalismo, intensificaram a luta, unindo categorias em busca de melhorias salariais e de condições de trabalho.

Em 2015, diante da total falta de diálogo com o governo e da falta de concessão da revisão anual dos vencimentos, 19 entidades e associações que representam servidores se reuniram no Fórum das Entidades dos Servidores do Espírito Santo (Fespes) e realizaram diversos atos durante todo o ano.

O mais significativo movimento dos servidores foi o “apagão” dos serviços públicos, no mês de setembro, que foi realizado em todo o Estado. Durante uma semana, os servidores realizaram assembleias setoriais e atos públicos cobrando a revisão anual dos vencimentos, pagamento imediato do auxílio alimentação e a criação de uma mesa permanente de negociação com o governo.

O governo tentou invisibilizar e criminalizar o movimento dos servidores por meio da judicialização do “apagão”, mas a Justiça entendeu que é direito constitucional dos servidores realizarem assembleias setoriais e atos públicos demonstrando a insatisfação com o atual governo.

Mesmo com os inúmeros protestos dos servidores, o governo se manteve irredutível e não concedeu os direitos previstos na Constituição Federal. para o próximo ano, os servidores prometem intensificar a luta e adotar novas estratégias para sensibilizar o governo para o funcionalismo.

Vila Velha

Os servidores municipais de Vila Velha também se mobilizaram durante o ano para cobrar do prefeito Rodney Miranda (DEM) por reajuste salarial e melhores condições e trabalho.

Oito sindicatos que representam servidores municipais formaram a Frente Sindical dos Servidores de Vila Velha e realizaram diversos protestos durante o ano.

Durante os atos públicos, os servidores denunciaram as péssimas condições de trabalho em diversos setores e dos benefícios concedidos àqueles que ocupam cargos políticos. Os servidores lembraram à população durante os atos públicos – que apoiou os protestos – que no início do mandato do atual prefeito, foram aumentados os salários do secretariado com a justificativa de serem ótimos gestores e de melhorarem, assim, a cidade. No entanto, quase três anos depois não se vê mudança significativa no município.

Bancários

O ano também foi marcado pela greve dos bancários, que durou 21 dias no mês de outubro. No Estado, os trabalhadores se mobilizaram nas portas dos bancos. A greve foi encerrada no dia 26 de outubro, com a aprovação da proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).

A proposta, no entanto, não agradou à totalidade dos bancários. Do total de votos de bancários capixabas, 302 foram pela aprovação, 214 pela rejeição e houve cinco abstenções. A proposta consistiu em reajuste de 10% para salários, Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e piso salarial; e 14% para os vales refeição e alimentação.

Metalúrgicos

O fim de 2015 foi marcado pela greve dos metalúrgicos, que segue por tempo indeterminado. Os trabalhadores vêm realizando manifestações cobrando o retorno dos empresários à mesa de negociações.

Durante a semana, houve repressão policial ao movimento dos metalúrgicos. Nesta quarta-feira (30), foram posicionadas viaturas do Grupo de Apoio Operacional (GAO) da Polícia Militar próximas à portaria do Complexo de Tubarão, com policiais enfileirados e atentos a qualquer movimentação.

Em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos do Estado (Sindimetal-ES) também foram posicionadas viaturas da Polícia Militar – nas imagens feitas pela entidade é possível contar quatro carros – com o objetivo de inibir a manifestação dos trabalhadores.

Já na terça-feira (29), o protesto dos metalúrgicos também foi reprimido por policiais à paisana, que chagaram a apontar armas para os trabalhadores. Os três policiais estavam sem identificação e fotografavam os trabalhadores que participavam do protesto. Os metalúrgicos, então, pediram que não fossem fotografados para não sofrerem represália das empresas e os policiais, além de não atenderem ao pedido, sacaram as armas e apontaram em direção aos manifestantes.

A greve foi iniciada no dia 17 de dezembro depois de o Sindimetal tentar, desde outubro, negociar a reposição da inflação do período, que ficou em 10,3%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), e auxílio-alimentação de R$ 300. Os empresários insistem em conceder reajuste abaixo da inflação.

Para a entidade, as empresas se alinharam ao discurso da crise na tentativa de enfraquecer a campanha salarial dos trabalhadores. No entanto, segundo o sindicato, diversas empresas mantiveram a produção e têm condições de conceder a reposição da inflação.

O sindicato também aponta que os metalúrgicos já abriram mão do ganho real, o que representam perdas para a categoria. Por isso, o Sindimetal acredita que os empresários também deveriam ser flexíveis e atender ao pleito da categoria.

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