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Lama da Samarco/Vale-BHP destruiu mais de 600 Km de rios, aponta Ibama

A onda de lama de rejeitos da Samarco/Vale-BHP, proveniente do rompimento da barragem de Fundão, em Bento Rodrigues (MG), atingiu 663 quilômetros do rio Doce e seus afluentes. A estimativa é do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que divulgou o laudo técnico preliminar sobre a tragédia. No Espírito Santo, a lama tóxica atingiu toda extensão do rio e chegou ao oceano, no município de Linhares, em menos de cinco dias.

Além da contaminação dos recursos hídricos, o crime ambiental da mineradora também resultou na destruição de 1.469 hectares de vegetação, incluindo Áreas de Preservação Permanente, de acordo com do órgão. Os rejeitos de mineração formaram uma onda de lama que afetou diretamente rios em Minas Gerais e no Espírito Santo.

Desde o dia 5 de novembro, a lama avançou pelo rio com grande velocidade. No dia 21, alcançou o mar através da foz do rio, no distrito de Regência. A Justiça Federal chegou a determinar a colocação de blocos de contenção na tentativa de controlar o impacto da chegada da lama ao mar, no entanto os rejeitos avançaram pela barreira deixando enorme mancha na costa litorânea capixaba.

Segundo o Ibama, não é possível dizer se a mancha aumentou ou diminuiu nos últimos dias, apesar das tentativas da empresa e dos atores públicos envolvidos de minimizar os efeitos da passagem da onda de lama.

“Existem vários fatores que influenciam o tamanho da pluma que é vista na superfície, tais como vento, correntes, vazão do rio, chuva e até mesmo a metodologia utilizada para fazer a medição. Sabe-se que ainda há lama descendo o rio. A quantidade de material em suspensão na foz é variável”, informou a assessoria do órgão à reportagem da Agência Brasil.

Ainda de acordo com o Ibama, das mais de 80 espécies de peixes apontadas como nativas antes da tragédia, 11 são classificadas como ameaçadas de extinção e 12 existiam apenas lá. No entendimento do órgão, o aumento da turbidez da água, e não uma suposta contaminação, teria provocado a morte de milhares de peixes e de outros animais.

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No entanto, os impactos no ambiente marinho não foram avaliados até o momento. Além disso, o órgão não tem previsão do início do processo de recuperação do passivo ambiental, já que o desastre segue em curso.

De acordo com a Agência Brasil, o Ibama está monitorando os parâmetros de qualidade da água e avalia que espécies foram mais atingidas. Para o instituto, mais importante que a recuperação da água é a recuperação dos ecossistemas afetados. Trata-se de avaliação complexa e que está em andamento. O Ibama produzirá um laudo com informações atualizadas após o fim do lançamento de rejeitos, que ainda não cessou nas barragens da mineradora.

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