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Denúncia contra prefeito de Itapemirim volta à tona com retorno das atividades na Justiça

Com o retorno das atividades no Tribunal de Justiça do Estado (TJES), a situação do prefeito de Itapemirim (região litoral sul), Luciano de Paiva Alves (PSB), o Doutor Luciano, voltou ao centro dos debates no município. No final de 2015, o prefeito foi denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPES) por suspeitas de fraudes em licitação. Em função do recesso forense, o caso só voltou à tona. Tanto que, na manhã desta quinta-feira (7), foram registrados foguetórios em ruas da cidade por conta de boatos de um novo afastamento do socialista.

Entretanto, a denúncia ainda não foi apreciada pela Justiça, bem como o eventual pedido de afastamento do prefeito. O caso está sob relatoria do desembargador Adalto Dias Tristão, que teria dito a fontes ligadas ao caso que não decidiria nada monovraticamente e às pressas. Tristão teria dito que a decisão sobre o caso seria submetida ao colegiado. No entanto, o magistrado entrou de férias justamente nesta quinta. Ele será substituído pela juíza Vânia Massad Campos, que assume seu gabinete pelos próximos 31 dias. A indefinição sobre o assunto é motivo de apreensão não apenas a pessoas ligadas ao prefeito, mas também dos adversários políticos do Doutor Luciano, que torcem por um novo afastamento.

No ano passado, o prefeito de Itapemirim ficou quase cinco meses afastado do cargo por decisão do desembargador Adalto Tristão, que, desta vez, o magistrado estaria aguardando o surgimento de “fatos novos” para conceder uma ordem semelhante. Chama atenção que o recesso da Justiça, iniciado no fim de dezembro, ocorreu logo após a veiculação de uma reportagem no programa dominical Fantástico, da Rede Globo, com denúncias contra a administração do socialista. A denúncia do Ministério Público seria, inclusive, uma “resposta” à reportagem do Fantástico, que apontou a existência de um suposto esquema para desvio de até R$ 94 milhões em recursos públicos do município.

A defesa do prefeito nega todas as acusações e defende a regularidade na aplicação dos recursos públicos. A prefeitura de Itapemirim é uma das mais ricas do Estado, devido à arrecadação dos royalties de petróleo. Pessoas ligadas ao Doutor Luciano afirmam que as denúncias têm conotação política e acusam o grupo adversário da ex-prefeita Norma Ayub Alves, mulher do presidente da Assembleia Legislativa, Theodorico Ferraço (ambos do DEM), de colaborar com a boataria no município. Eles também apontam que haveria uma pressão do presidente da Assembleia sobre o desembargador para que o prefeito seja novamente afastado, o que deixaria o campo livre para a candidatura da ex-prefeita Norma Ayub.

Nas eleições deste ano, Doutor Luciano e Norma Ayub devem se enfrentar novamente nas urnas. Circulou pelo município a imagem da demista junto com a vice-prefeita, Viviane da Rocha Peçanha (PSDB), que assumiu a prefeitura no período de afastamento do socialista e, desde então, passou a ser adversária política do prefeito.

 
A Operação Olísipo, deflagrada no dia 31 de março passado, que resultou no afastamento das funções do prefeito e de mais cinco pessoas, acontece pouco menos de um mês após as críticas de Ferraço, que pediu providências aos órgãos de fiscalização sobre denúncias de corrupção na gestão do socialista.

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