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Polícia arma forte aparato para coibir protesto de metalúrgicos

Os protestos realizados por trabalhadores metalúrgicos, em greve desde o dia 17 de dezembro, continuam a ser reprimidos pela Polícia Militar, enviada para impedir os piquetes dos trabalhadores. Nesta quarta-feira (13), foram enviadas cinco viaturas e mais oito policiais para a portaria da ArcelorMittal Tubarão, na Serra, para impedir que os trabalhadores protestassem.

Durante o piquete dos metalúrgicos, alguns trabalhadores de empresas que prestam serviços para a Arcelor tiveram de entrar no Complexo de Tubarão por um buraco na parede. De acordo com informações do Sindicato dos Metalúrgicos do Estado (Sindimetal-ES), os trabalhadores foram “escoltados” até a área da empresa por seguranças patrimoniais da Arcelor e, ao chegarem no pátio, já havia uma equipe do setor de recursos humanos à espera dos metalúrgicos.

Para a entidade, a medida é a demonstração de que não há limites para a ambição dos empresários. A situação, além de constrangedora, é de risco para os trabalhadores.

Em 23 de dezembro, outro muro do Complexo de Tubarão foi derrubado para a construção de uma “portaria” improvisada no bairro Novo Horizonte, na Serra, para a passagem dos ônibus que levam os trabalhadores, de maneira que os veículos não ficassem parados nos piquetes promovidos pelos metalúrgicos.

Desde o início da greve dos metalúrgicos, o movimento tem sido alvo de ações judiciais para impedir manifestações e de repressão da Polícia Militar.

Na segunda-feira (11), a manifestação foi reprimida em frente à portaria da Vale em Carapina, na Serra. Os policiais militares tentaram romper a manifestação, liberando os acessos à mineradora.

No dia 29 de dezembro o protesto dos metalúrgicos também foi reprimido por policiais à paisana, que chegaram a apontar armas para os trabalhadores. Os três policiais estavam sem identificação e fotografavam os trabalhadores que participavam do protesto. Os metalúrgicos, então, pediram que não fossem fotografados para não sofrerem represália das empresas e os policiais, além de não atenderem ao pedido, sacaram as armas e apontaram em direção aos manifestantes.

Já no dia 30, viaturas do Grupo de Apoio Operacional (GAO) da Polícia Militar foram enviadas para reprimir o protesto dos trabalhadores antes mesmo que começasse. Em frente ao Sindimetal também foram posicionadas viaturas da Polícia Militar com o objetivo de inibir a manifestação dos trabalhadores.

Demandas

A greve teve início em 17 de dezembro de 2015, depois de o Sindimetal tentar, desde outubro, negociar a reposição da inflação do período, que ficou em 10,3%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), e auxílio-alimentação de R$ 300.

Para o Sindimetal, as empresas se alinharam ao discurso da crise na tentativa de enfraquecer a campanha salarial dos trabalhadores. No entanto, segundo o sindicato, diversas empresas mantiveram a produção e têm condições de conceder a reposição da inflação.

O sindicato também aponta que os metalúrgicos já abriram mão do ganho real, o que representam perdas para a categoria. Por isso, o Sindimetal acredita que os empresários também deveriam ser flexíveis e atender ao pleito da categoria.

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