A greve foi considerada legal pela Justiça do Trabalho, mas existe decisão liminar impedindo que o Sindicato dos Metalúrgicos do Estado (Sindimetal-ES) organize piquetes que impeça o acesso de trabalhadores aos locais de trabalho.
A próxima audiência de conciliação entre o Sindimetal e o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas de Material Elétrico do Estado (Sindifer) vai ser realizada na quinta-feira (21). Durante as assembleias desta segunda-feira, os metalúrgicos vão decidir se retornam ao trabalho e só comparecem à audiência na quinta-feira, ou se permanecem paralisados até o dia da conciliação.
Apesar de ser um movimento legal, os piquetes dos metalúrgicos têm sido reprimidos pela Polícia Militar. Na última quarta-feira (13), foram deslocadas cinco viaturas e mais oito policiais para a portaria da ArcelorMittal Tubarão, na Serra, para impedir que os trabalhadores protestassem.
Já na segunda-feira (11), a manifestação foi reprimida em frente à portaria da Vale em Carapina, na Serra. Os policiais militares tentaram romper a manifestação, liberando os acessos à mineradora.
No dia 29 de dezembro o protesto dos metalúrgicos também foi reprimido por policiais à paisana, que chegaram a apontar armas para os trabalhadores. Os três policiais estavam sem identificação e fotografavam os trabalhadores que participavam do protesto. Os metalúrgicos, então, pediram que não fossem fotografados para não sofrerem represália das empresas e os policiais, além de não atenderem ao pedido, sacaram as armas e apontaram em direção aos manifestantes.
Já no dia 30, viaturas do Grupo de Apoio Operacional (GAO) da Polícia Militar foram enviadas para reprimir o protesto dos trabalhadores antes mesmo que começasse. Em frente ao Sindimetal também foram posicionadas viaturas da Polícia Militar com o objetivo de inibir a manifestação dos trabalhadores.
Demandas
A greve teve início em 17 de dezembro de 2015, depois de o Sindimetal tentar, desde outubro, negociar a reposição da inflação do período, que ficou em 10,3%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), e auxílio-alimentação de R$ 300.
Para o Sindimetal, as empresas se alinharam ao discurso da crise na tentativa de enfraquecer a campanha salarial dos trabalhadores. No entanto, segundo o sindicato, diversas empresas mantiveram a produção e têm condições de conceder a reposição da inflação.
O sindicato também aponta que os metalúrgicos já abriram mão do ganho real, o que representam perdas para a categoria. Por isso, o Sindimetal acredita que os empresários também deveriam ser flexíveis e atender ao pleito da categoria.