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Justiça estadual defere pedido de recuperação judicial das lojas Dadalto

A juíza da 13ª Vara Cível Especializada Empresarial, de Recuperação Judicial e Falência de Vitória, Kelly Kiefer, deferiu o pedido de recuperação judicial da rede de lojas Dadalto (DLD Comércio Varejista Ltda). Na decisão assinada nessa segunda-feira (18), foi nomeado um administrador judicial – o escritório Ricaldi Rocha Assessoria Contábil Ltda –, que terá o prazo de 30 dias para apresentar um plano para evitar a falência da tradicional varejista. A Dadalto reconheceu dívidas na ordem de R$ 123 milhões com mais de mil credores. Apenas em tributos, a empresa deve R$ 56,4 milhões ao Estado e à União.

A empresa entrou com o pedido de recuperação judicial em outubro do ano passado, logo após o anúncio do fechamento das lojas no Espírito Santo. Antes, o grupo havia encerrado as atividades em lojas nos estados da Bahia e Minas Gerais. Na petição inicial (0033163-75.2015.8.08.0024), a varejista afirma que chegou à atual situação de crise devido à expansão de suas atividades. Para ampliar o número de lojas e diversificar a linha de produtos oferecidos, a Dadalto alega que recorreu a empréstimos bancários, mas a combinação de juros altos com a recessão da economia brasileira afetou os resultados do grupo.

“Apesar das diversas medidas adotadas ao longo de 2014, objetivando reverter o quadro de perdas e melhorar a margem de lucros do negócio, o aprofundamento da recessão na economia brasileira, no curso de 2014 e 2015, prejudicou ainda mais as vendas e a geração de caixa da Recuperanda, assim como de todo o mercado varejista”, destaca a juíza na decisão com base nos argumentos lançados pela empresa que está há quase oito décadas no mercado capixaba.

A juíza Kelly Kiffer prosseguiu: “Todavia, ante o cenário econômico vivido, somado à pressão de fornecedores e credores, tornou-se inevitável o pedido de recuperação judicial, não vislumbrando a empresa outra alternativa para a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica”.

Segundo o edital da relação de credores (veja aqui a íntegra), publicado no Diário da Justiça desta terça-feira (19), a rede de lojas Dadalto tem dívidas reconhecidas que alcançam R$ 123,38 milhões, sendo R$ 12,1 milhões em passivos trabalhistas (578 credores); R$ 2,74 milhões com micro e empresas de pequeno porte; bem como R$ 108,53 milhões em créditos quirografários – isto é, aqueles compromissos assumidos que não foram honrados. Esses créditos incluem dívidas com fornecedores, prestadores de serviço, bancos e dívidas fiscais. A Dadalto deve hoje R$ 47,96 milhões em tributos federais e R$ 8,5 milhões em impostos estaduais.

Com o deferimento do processo de recuperação judicial, o administrador judicial terá que apresentar um plano, que deverá ser aprovado em uma assembleia de credores. Além disso, todas as partes interessadas em questionar os valores das dívidas reconhecidas ou até mesmo pedir a inclusão no rol de credores terão o prazo de 15 dias para se apresentar ao administrador judicial. O escritório vai atender aos credores da Dadalto de segunda a sexta-feira, de 9h ao meio-dia, e de 14h às 17h, na Rua Marques de Monte Alegre, 10, Jardim da Penha, Vitória. O telefone de contato é (27) 3225-4122, além do e-mail: [email protected].

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