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Confraria de Teatro mergulha na cartografia do feminino na cidade para montar novo espetáculo

No ano de 2014, a Confraria de Teatro, um grupo recente formado no Centro de Vitória, levava para o público seu primeiro espetáculo, Mesas falam e se movem (foto à esq.) – uma peça introspectiva, que abria espaço para cerca de 24 pessoas a cada apresentação e, assim, permitia uma troca e discussão mais intensa com o público.

A temática abordava o conflito entre gerações e uma das grandes características do grupo foi a pesquisa. O grupo aproveitou a oportunidade de ocupar locais alternativos para fazer teatro, para experimentar novas relações com o público. Pois bem, a experiência deu tão certo que agora o grupo entra na construção do segundo espetáculo que, de certa forma, aprimora o que foi iniciado em Mesas falam e se movem.

 
“No final do espetáculo fizemos um levantamento de como foi a peça e percebemos que nosso público é bem feminino. Junto a isso também veio a vontade de abordar a violência contra a mulher. Então nesse segundo projeto resolvemos assumir isso, falar sobre as mulheres, continuar nessa pesquisa de afetividade do Centro de Vitória ao utilizar a cidade como cenário e evidenciar as identidades femininas”, detalha Luana Eva, integrante e uma das idealizadoras do Confraria de Teatro.
 

E falar sobre o universo feminino não se torna tão desafiador para um grupo de teatro formado só por atrizes: Luana Eva, Luciene Camargo, Ludmila Porto e Thiara Pagani. Contudo, não só a vivência delas importa para a construção da nova peça de teatro da Confraria, por isso mesmo o grupo realizou neste mês uma roda de conversa com o tema Cidade para mulheres – Violência urbana e segurança. A proposta foi escutar mulheres que possuem uma relação diferente com a cidade; mulheres com experiências distintas sobre o ser feminino. Dessa forma,  a roda teve participação da artista de rua Kika Carvalho e Edna Calabrez, que falou sobre a experiência com o movimento feminista – além de outras convidadas. 
 
“A realização da roda [foto ao lado] foi muito interessante no sentido de trocas. Algumas integrantes do Confraria de Teatro não possuem muitas vivências como a das convidadas para o evento, então precisávamos desse momento. Ouvir mulheres de diferentes classes, com diferentes lutas e ocupações vai contribuir para mapear também o que se faz hoje para a segurança da mulher na cidade”, conta Luana Eva. A intenção é realizar mais ações do tipo, variando o tema que sempre estará dentro do recorte: Cartografia do feminino na cidade. 
 
As ações do projeto incluem ensaios abertos que ainda serão programados, no intuito de aprimorar a relação das atrizes com o público, testar a peça, além de aproveitar o olhar de quem assiste; rodas de conversa e atividades internas para o grupo – uma dessas atividades é o contato com a realidade de um presídio feminino. “Não sabemos se tudo o que estamos escutando e vivenciando irá entrar no espetáculo final, mas sabemos que a essência de todas essas mulheres estará bem presente no trabalho”, acrescenta Luana. 
 
Ao falar sobre o espetáculo final, Luana brinca ao contar que não sabe o que surgirá de todas esses ações. O foco no momento é, de fato, a cartografia e o conhecimento do tema que virará espetáculo. Dessa imersão, o Confraria montará uma peça com o diretor convidado Franz Wilker e o dramaturgo João Dias Turchi. A única certeza até o momento é de que as ações em torno do tema Cartografia do feminino na cidade continuarão até o espetáculo ser montado. A previsão é de que peça estreie em maio e passe cerca e um mês em cartaz. 
 

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