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Documentário Risque Meu Nome do Mapa destaca a importância da obra de Sergio Blank para a poesia

Quando Sergio Blank publicou seu primeiro livro de poemas, a obra Estilo de Ser Assim, Tampouco, datada do ano 1984, ele era um jovem visto pelo consagrado escritor Reinaldo Santos Neves como uma espécie de aventureiro que, se persistisse na poesia, poderia tornar-se, mais tarde, um dos grandes poetas destas terras. É assim que Reinaldo dá seu depoimento no documentário Risque Meu Nome do Mapa, de Jorge Ribeiro e Juliana Gama, apresentado na noite dessa quarta-feira (3), na Biblioteca Pública Estadual (BPES), em Vitória. 
 
O documentário, curto, objetivo e fortemente delicado, reúne admiradores e estudiosos da obra do poeta Sergio Blank. Cada um dos convidados conta um pouco da importância dos livros de Blank em suas trajetórias; destacam curiosidades que eles percebem sobre as obras; e divagam sobre questões que envolvem a figura do poeta e o hiato que já dura mais de duas décadas. Aliás, sobre esse hiato, Blank afirmou: “Enquanto eu não sofrer com isso estará tudo bem”.
 
“Passei três décadas trabalhando intensivamente com literatura, envolvido com projetos de incentivo à leitura. Até com venda de livros trabalhei, fui promotor de eventos culturais e ministrei oficinas literárias. Meu percurso de vida sempre foi a literatura, sempre estive junto do universo do livro. Hoje não estou publicando, mas vivo o livro em todos os seus sentidos, não me vejo inativo ou distante da literatura”, acrescentou Blank após a exibição da obra e diante da questão que mais lhe recai em entrevistas e questionamento de seu público. 
 
O escritor Pedro J. Nunes, presente no documentário, faz uma pontuação curiosa. Para ele, Blank ainda não se esgotou como poeta, em algum momento ele irá surpreender o público com uma nova publicação. Enquanto isso, outros depoimentos registram que o poeta descarregou o que tinha para dizer, construindo um percurso literário conciso e importante. Há depoimentos, inclusive, que realçam que do ponto de vista teórico é interessante que Blank não lance mais nada. 
 
É assim que Risque Meu Nome do Mapa se constrói, numa amarração de falas que demonstram a tamanha importância de Blank para a literatura nacional.  Seus três primeiro livros (Estilo de Ser Assim, Tampouco, Pus e Um), lançados na década de 80, são apresentados como uma representação da geração pós-punk, cheias de voracidade e com a urgência em devorar o mundo. E, em meio a todas essas análises, Blank se faz presente no documentário poucas vezes para contar de seus escritos. E essa foi a primeira que ele assistiu o documentário com a plateia. 
 
Após a exibição do documentário, o professor da Ufes Orlando Lopes; e o jornalista pesquisador da obra de Blank, Sinval Paulino, conversaram sobre o que viram na obra e também sobre a figura do poeta, que para eles é impossível de ser dissociada de sua obra. Ambos destacaram a importância de registros que façam memória sobre a história da literatura produzida no Espírito Santo e puderam dividir a mesa de discussão com Blank, que não planejava falar, mas esteve prontamente a postos para responder a plateia bastante diversificada que lotou auditório da BPES
 
Serviço
 
Atualmente toda a obra de Sergio Blank está reunida na coletânea Os dias Ímpares, lançada pela editora Cousa e disponível para a venda.

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