A ocupação foi iniciada nesta quinta-feira (4), mas a Secretaria Estadual de Educação (Sedu) enviou uma comissão sem poder de decisão para negociar com os ocupantes, que permanecem no local.
As escolas nos assentamentos adotam o modelo de pedagogia da alternância – que intercala um período de convivência na sala de aula com outro no campo, garantindo a permanência dos alunos no meio rural – há mais de 30 anos. Para atuar nestas escolas, o professor é contratado com carga horária maior, para que consiga atender aos elementos da pedagogia, como os tempos de acompanhamento do campo e da auto-organização dos estudantes.
No entanto, o Estado quer suprimir o período de alternância, pagando aos professores apenas a hora-aula, o que inviabilizaria o prosseguimento do modelo.
O modelo pedagógico foi implementado no Estado em 1992, com validade de dez anos. Desde 2002 os movimentos do campo tentam renovar essa política com o governo, mas nunca conseguiram. Agora, sem validação, ela pode ser terminada.
Os ocupantes da Superintendência são os mesmos que ocuparam a sede da Secretaria Estadual de Educação (Sedu) em novembro de 2015, cobrando não só a manutenção das escolas como a aprovação das diretrizes da educação no campo.O governo, na ocasião, prometeu que o governo responderia sobre o fechamento das escolas do campo em um mês, mas já se passaram dois sem que nada fosse feito.
Essas reivindicações já haviam sido apresentadas ao secretário de Educação também em uma ocupação realizada na Sedu em fevereiro do ano passado. Haroldo igualmente se comprometeu a atendê-las, o que não aconteceu.