Após um 2015 de debates regulares sobre o mais importante instrumento de planejamento urbano da Capital capixaba, o processo de revisão do Plano Diretor Urbano (PDU) de Vitória “sumiu” das atividades da prefeitura. A última atividade aconteceu em 7 de dezembro em Jardim da Penha, quando foi encerrado o ciclo de nove assembleia territoriais para a apresentação da proposta de nova lei do PDU e eleição de 81 delegados que irão aprovar a proposta de lei.
A conclusão desse processo de participação popular ocorre com a realização do Encontro da Cidade, em que a proposta é aprovada pelos delegados. O cronograma inicial da prefeitura previa a realização do encontro em dezembro, mas foi adiado. A prefeitura por ora publicou apenas o decreto de regulamentação do Encontro da Cidade, como registra o Diário Oficial do município de 11 de novembro. Mas a data do encontro ainda não foi divulgada.
Uma vez aprovada, a minuta é enviada para a Câmara de Vereadores para discussão e votação. Aqui, a aprovação do novo PDU deve sofrer mais atraso, uma vez que o prefeito Luciano Rezende (PPS), postulante à reeleição, enfrenta problemas no diálogo com os vereadores. Projeto que envolve toda a cidade, o PDU deve servir de arma para os opositores do prefeito desferirem críticas à atual gestão.
Vale lembrar também que, quanto a mobilidade urbana, um dos temas mais discutidos durante o processo de revisão, as últimas ações da prefeitura não lograram boa repercussão na cidade. Começou em outubro com a tentativa frustrada do prefeito de remodelar o sistema municipal de transporte com o projeto Integra Vitória.
Luciano passou as duas primeiras semanas de outubro do ano passado trabalhando para convencer a população dos benefícios do novo projeto, que extinguiu linhas, alterou horários, mudou itinerários. Houve desinformação e superlotação, afora atrasos. O conjunto de problemas aborreceu a população. O Integra Vitória terminou com 13 das 18 linhas canceladas e se tornou o mais retumbante fracasso político de Luciano Rezende em 2015.
Em janeiro a passagem do sistema municipal de transporte subiu de R$ 2,40 para R$ 2,70. O reajuste de 12,5% colocou o prefeito na mira de um dos três protestos realizados em Vitória contra o aumento nas passagens de ônibus do Transcol e da capital.