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Polícia Federal recolhe mais informações em endereços ligados à Samarco/Vale-BHP

A Polícia Federal em Minas Gerais anunciou, nessa quarta-feira (17), os detalhes do cumprimento de um mandado de busca e apreensão de dados em três endereços ligados à mineradora Samarco/Vale-BHP. A operação faz parte do inquérito policial, que apura a responsabilidade pelo rompimento da barragem do Fundão, em Mariana (MG), que deixou 17 mortos e causou impactos ambientais profundos na bacia do rio Doce. A maior tragédia socioambiental do País ocorreu em novembro do ano passado, mas os danos permanecem até hoje.

De acordo com informações da Agência Brasil, as sedes da empresa em Mariana (MG) e Anchieta (ES) estiveram entre os alvos operação. O terceiro endereço foi a residência de um engenheiro, em Viçosa (MG). Ele prestava serviço para a mineradora e era responsável por laudos de estabilidade da barragem do Fundão. Em cada endereço, foi feito o backup de um disco rígido – a cópia de todos os dados dos computadores evita a apreensão dos equipamentos.

No mês passado, a Polícia Federal já havia indiciado a Samarco, a Vale, a empresa VogBR – responsável pela laudo sobre a barragem –, além de mais sete executivos e técnicos por crimes ambientais.  De acordo com o delegado Roger Lima de Moura, responsável pelo inquérito, a Samarco tinha, há pelo menos 7 anos, indicativos de que a barragem não estava saudável. “Também havia problemas no monitoramento, com equipamentos que não estavam funcionando. As causas justificaram o indiciamento”, declarou.

O delegado explicou ainda que o indiciamento da Samarco foi por crime doloso, porque a empresa teria assumido o risco ao utilizar a barragem e ampliar a produção, mesmo sabendo que ela operava em condições inadequadas. Roger Lima de Moura ressaltou que a operação foi “pensada” para ser uma “busca cirúrgica” em locais onde havia potencial de reunir informações importantes. O período para análise do material apreendido dependerá do volume dos dados.

Nova versão de plano

A Samarco, que é controlada pelas acionistas Vale e BHP Billiton, protocolou na tarde dessa quarta (17) uma versão atualizada do Plano de Recuperação Ambiental para as regiões afetadas pelo desastre. As complementações no documento foram uma exigência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que considerou a primeira versão entregue no mês passado como “superficial”.

Em nota técnica, a equipe do Ibama avaliou que o levantamento dos impactos havia sido feito de maneira genérica pela Samarco, sem considerar o imenso volume de informações produzidas e disponíveis até o momento. As ações propostas foram classificadas como “pouco detalhadas e pouco fundamentadas do ponto de vista metodológico e científico”.

Na próxima semana, o Ibama deve realizar uma vistoria nas obras de contenção dos rejeitos remanescentes da barragem de Fundão.

 

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