De acordo com o documento (clique aqui e veja a íntegra da portaria), a Promotoria vai analisar a existência de eventual ato de improbidade por parte de Pimentel. Segundo consta, a representação dá conta de supostas irregularidades praticadas em referência ao processo licitatório de obras no município, estimadas em R$ 120 milhões. O texto não faz referência ao período, tampouco o contexto que se deram as suspeitas em relação ao conselheiro, que é o relator de processos sobre a Prefeitura de Presidente Kennedy no TCE. Também não foi indicado de onde partiram as acusações contra Pimentel.
Na época da Operação Lee Oswald, que desbaratou o esquema de corrupção em Kennedy, a Polícia Federal flagrou o conselheiro do TCE em conversas com investigados na ocasião. No final de 2013, Pimentel chegou a entrar com uma reclamação no Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra o então presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Pedro Valls Feu Rosa. Ele pedia o trancamento de eventual investigação, porém, o relator do caso, ministro Arnaldo Esteves Lima, negou a existência de qualquer procedimento criminal em andamento contra o conselheiro.
Segundo o relatório da PF, que foi divulgado na mídia nacional, o conselheiro do TCE era relacionado a conversas com o então prefeito de Presidente Kennedy, Reginaldo Quinta, um dos presos na Lee Oswald sob acusação de chefiar o esquema de corrupção no município. A revelação das conversas chegou a motivar um protesto do Fórum Estadual em Defesa do Interesse Público (Fedip), que cobrava a vinda de uma força-tarefa federal ao Estado para atuar no caso.
Pimentel figura ainda como réu em uma ação civil pública movida pelo MPES, que narra a participação do atual conselheiro na operação fraudulenta de créditos fiscais entre a Escelsa e a mineradora Samarco, em 2000. A promotoria pede o ressarcimento de R$ 20 mil recebidos que teriam sido recebidos por ele. A denúncia narra que o dinheiro seria oriundo da transferência de recursos da mineradora para a Fundação Augusto Ruschi, contrapartida exigida para a operação de transferência de créditos de ICMS entre a empresa e a Escelsa, que na época dos fatos era dirigida por Pimentel. O caso está em vias de ser julgado pela 1ª Vara da Fazenda Pública Estadual.