Após mais de cinco meses de paralisação, os servidores do Tribunal de Justiça do Estado (TJES) votaram pelo fim da greve, a partir da próxima quarta-feira (16). Apesar disso, as negociações com a administração do TJES vão continuar, já que não houve um acordo sobre os pleitos da categoria. O Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário (Sindijudiciário) aguarda a publicação do pelo retorno às atividades normais e a formação de uma nova comissão de negociação, que deve ter início até o fim de abril.
Na assembleia realizada na manhã desta sexta-feira (11), os trabalhadores decidiram pelo fim do movimento paredista condicionado pela prioridade no atendimento dos pleitos da categoria de acordo com a disponibilidade orçamentária, bem como a discussão de uma pauta não-financeira (remoção, condições do trabalho, entre outros), compensação dos dias parados e o arquivamento das representações feitas contra servidores grevistas.
Em nota, o sindicato disparou contra o governo do Estado, que teria dado origem ao atual momento político e orçamentário vivenciado pelo TJES. “Os trabalhadores deixaram claro que a decisão de hoje [sexta] não significa um retrocesso, mas sim um voto de confiança no diálogo efetivo e demonstraram disposição para novas lutas caso os compromissos não sejam cumpridos”, diz o texto.
A greve dos servidores do TJES teve início no dia 5 de outubro. O movimento foi declarado legal pela desembargadora Elisabeth Lordes, que impôs duras restrições à paralisação, como a manutenção de um plantão mínimo de 70% da força de trabalho. No período, a tramitação das ações ficou condicionada aos casos considerados emergenciais ou urgentes, conforme deliberação de cada magistrado.
A Ordem dos Advogados do Brasil no Espírito Santo (OAB-ES) chegou a pedir a intervenção do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para solucionar a questão. Tanto que a ministra Nancy Andrighi, corregedora Nacional de Justiça, se reuniu com as partes na tentativa de por fim à greve.