A instituição bancária aponta que a reestruturação traria fortalecimento para o banco e adequação à conjuntura atual. No entanto, para o Sindibancários, o pano de fundo para esta reestruturação é o desmonte da instituição e do papel social dela, com fortalecimento das áreas de negócios para adequação à lógica de mercado.
Coincidentemente, a reestruturação foi anunciada depois de a Caixa ter divulgado lucro líquido de R$ 7,2 milhões em 2015 – um aumento de 0,6% em relação a 2014 – o que, para o sindicato, demonstra que a justificativa econômica não é a razão para as medidas.
Para o Sindibancários, o aumento na lucratividade deveria ser condição para ampliação de investimentos no banco e valorização do quadro de funcionários, principalmente com a contratação de mais empregados.
Concurso
O último concurso para a Caixa Econômica teve o prazo de validade suspenso pela juíza Roberta de Melo Carvalho, da 6ª Vara do Trabalho de Brasília (DF) em janeiro deste ano até o trânsito em julgado da ação civil pública ajuizada pelo procurador Carlos Eduardo Brisolla, do Ministério Público do Trabalho (MPT) no Distrito Federal e no Tocantins.
Na ação civil pública o procurador também pede que, em caso de novo edital, seja apontada a prioridade de convocação para os aprovados no concurso em vigência e que a Caixa seja condenada a, num prazo de 90 dias, apresentar o real dimensionamento do quadro de vagas disponível e que passe a convocar os aprovados.
O concurso vence em junho deste ano e, diante dos questionamentos do MPT, o banco afirmou que não estão previstas novas nomeações em virtude da mudança no cenário econômico, que obrigou a revisão do planejamento estratégico.
Somente o Plano de Apoio à Aposentadoria (PAA) eliminou 3 mil postos de trabalho no banco, já que a instituição não vai reocupar as vagas deixadas pelos funcionários que optaram por aderir ao PAA.
Para eliminar os postos de trabalho, a Caixa Econômica alegou que as adequações atendem à Lotação Autorizada de Pessoal (LAP) e foram autorizadas para atender ao limite imposto pelo Ministério do Planejamento.
Com o reordenamento dos postos de trabalhos, o número de empregados da Caixa cai para 97 mil. No Acordo Coletivo 2014/2015 havia autorização para o banco ter 103 mil empregados, número já considerado insuficiente para atender à atual demanda.