De acordo o sindicalista, o documento omitiu informações sobre o estudo para abertura do capital da Banestes Seguros (Banseg), subsidiária da instituição financeira. No comunicado, a direção do banco afirmou que existem apenas estudos e ações para ampliação das áreas de negócio. Entretanto, Alvarenga aponta que o fato relevante publicado no dia 22 de janeiro de 2015 cita a possibilidade de “reorganização societária que viabilize a entrada em novos ramos de seguros por meio de aporte de capital de parceiro estratégico”. Para ele, a medida só poderia ocorrer com a abertura de capital.
O sindicalista questionou ainda a falta de transparência na contratação do Banco Plural S.A Banco Múltiplo para a prestação dos serviços de consultoria à seguradora. No comunicado ao mercado, a direção do banco disse que a contratação não teria relação com o governo Hartung, tese rebatida por Alvarenga. “Quem controla o Banestes é o governo (o Estado tem 92,37 das ações do banco). Dos nove conselheiros [de Administração], oito são do governo. Ou seja, o banco não faz nada sem passar pelo Palácio Anchieta”, respondeu.
Jessé lembrou que, na época da contratação da consultoria – em julho passado –, a entidade remeteu um ofício ao governador, pedindo explicações sobre o assunto, mas não obtiveram resposta. “Queremos uma declaração do governador, mas ela não veio até agora”, lembrou. Alvarenga mencionou outros sinais internos que demonstrariam um clima favorável à privatização do Banestes, como a edição de normas de procedimentos para administradores em caso de alienação/venda de ações.
Sobre a rearticulação do Comitê em Defesa do Banestes Público e Estadual, Alvarenga explicou que o objetivo é de acompanhar qualquer eventual processo de venda do banco. O grupo, formado por sindicatos e movimentos sob coordenação do Sindibancários, teve participação importante na reação contra as negociações do Banestes no ano de 2009, quando Hartung também era governador do Estado. Na época, o comitê realizou um plebiscito, cujo resultado apontou que 91% dos capixabas eram contrários à venda do banco.