Depois de muita conversa e movimentações, o PSDB fechou as portas para os aliados do governador Paulo Hartung (PMDB) e ele teve que levar o líder do governo, Gildevan Fernandes (oriundo do PV) e o vice-líder, Erick Musso (oriundo do PP) para o PMDB.
Os deputados estavam a caminho do PSDB, mas a definição do partido foi por não aceitar as filiações por causa de articulações nas municipais e para prestigiar os atuais deputados da base, em especial, o deputado Sérgio Majeski, que tem atuação nada harmônica com o líder e vice-líder do governo na Assembleia.
Mas a troca para agradar o governo agora pode ter repercussões negativas na eleição de 2018 para os deputados, que devem disputar a reeleição, já que não há garantias de que eles venham a disputar e vencer a eleição deste ano. Isso porque, a legenda do PMDB é bem pesada e pode não garantir os voto necessários para que os dois deputados que não são campeões de votação, garantam permanência na Assembleia.
Em 2014, o PMDB tinha sete deputados estaduais: Marcelo Santos, Hércules Silveira, Luzia Toledo, José Esmeraldo, Solange Lube, Sérgio Borges e Paulo Roberto. Desses, apenas três se reelegeram: Hércules, Marcelo e Luzia. O ex-prefeito de Linhares, Guerino Zanon ficou com uma quarta vaga.
Sérgio Borges não disputou porque deixou a Asssembleia para integrar o Tribunal de Contas e Paulo Roberto desistiu no meio da disputa porque não teria votos suficientes para se eleger. Solange Lube entrou na Assembleia devido a uma recontagem de votos com a validação posterior ao pleito de 2010 dos votos do ex-deputado Luiz Carlos Moreira. José Esmeraldo migrou no meio do caminho do PR para o PMDB e ficou na suplência.
Os 18.763 votos de Gildevan foram conquistados na coligação entre PV, PSC, PR e PPL, aliança que também elegeu o deputado Gilsinho Lopes. Erick Musso teve 14.638 e se elegeu na coligação PTN/PSL/PTdoB/PP e PTB. Mas, no PMDB, eles podem ficar pelo caminho contra os campeões de votos do partido. Vão ter de torcer pela saída de Hércules Silveira do partido ou sua eleição em Vila Velha e para que o partido faça uma coligação bem confortável para a disputa de 2018.
Em Pinheiros, a expectativa é de que o líder do governo dispute a eleição, já que o atual prefeito, Antonio da Emater (PSB) está no segundo mandato, o que facilita o caminho para Gildevan. Com isso, o líder passaria a ser Erick Musso, que não deixa clara suas intenções sobre o processo eleitoral deste ano.
Em Aracruz a situação de Musso seria mais complicada. O vice-líder entrou por cima, com um acordo firmado com o governador Paulo Hartung, mas isso não levou os interesses do PMDB municipal, que pode esvaziar o partido.