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Reflexos da ausência

Uma situação estranha aconteceu na eleição dos Ferroviários do Estado. A eleição foi adiada porque a chapa da situação usou em seu material de campanha o nome do informativo “Raízes”. Resultado: a oposição entrou na Justiça questionando a utilização do material e conseguiu paralisar o processo. A eleição seria em março, mas agora não se sabe quando vai acontecer. Vai depender da Justiça. 
 
Esse é mais um elemento nesse processo de enfraquecimento do movimento sindical que vem sendo observado ao longo dos anos no Brasil e, sobretudo, no Espírito Santo. A omissão dos sindicatos que mergulharam em suas questões internas com brigas pelo controle das entidades  deixou as questões externas correrem soltas, colocando em sério risco a democracia no País. 
 
Não conseguiram nem uma coisa, nem outra. Ao entrarem nessa briga interna sem fim, afastaram-se da base. Sem se envolver nas questões externas, perderam seu espaço de mobilização: a rua. 
 
O diálogo com o patronato deve ser harmônico, porém, vigilante. Não se pode perder o foco sobre o lado do balcão que o trabalhador está. Afinal, o capital é muito bonzinho, quando lhe interessa. Mas sabe mostrar as garras quando sua zona de conforto é ameaçada. 
 
O movimento sindical vive um momento difícil, perdeu a oportunidade de fazer as mudanças que precisava para ampliar as garantias do trabalhador e deixou de ser base de defesa da política trabalhista. Agora, assiste, impotente a uma perigosa escalada de tomada de poder pela direita, sem ter condições de fazer a defesa necessária. 
 
Acuado, o movimento sindical, desidrata a olhos vistos e não reage diante da impotência para o enfrentamento legitimo e necessário. Afinal, não há mais condições de se praticar o debate equilibrado diante da escalada do ódio. 
 
Lamentável!

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