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Apesar das explicações, lista da Odebrecht traz prejuízos eleitorais a candidatos

A superlista com nomes de 200 políticos de 18 partidos que teriam recebido repasses da empreiteira Norberto Odebrecht, conforme documento encontrado no escritório da empresa e “vazado” nessa quarta-feira (23), inclui cinco importantes lideranças capixabas: ex-governador Renato Casagrande (PSB), dos ex-deputados federais Luiz Paulo Vellozo Lucas e Rita Camata (ambos do PSDB), além dos prefeitos de Vitória, Luciano Rezende (PPS), e de Vila Velha, Rodney Miranda (DEM). A partir da publicação da lista, alguns mais rápidos outros menos, tentaram se explicar sobre as doações. Justificativas à parte, o fato é que ter o nome numa lista que partiu do todo-poderoso juiz Sergio Moro, a essa altura do campeonato, é prejuízo certo à imagem.
 
Três dos cinco citados podem ter prejuízos ainda maiores porque disputam as eleições a prefeito este ano. Dois dos principais nomes na disputa em Vitória, Luiz Paulo e Luciano, tentaram se explicar mas se complicaram ainda mais. O diretório do PPS afirmou que não houve repasse para a campanha de Luciano Rezende em 2012. Mas o prefeito havia dito que houve, e que os repasses foram legais, já que suas contas de campanha foram aprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Na lista, o nome de Luciano aparece associado a um repasse de R$ 100 mil.
 
Luiz Paulo Vellozo Lucas aparece em dois momentos na lista. Primeiro, na disputa de 2014, a deputado federal, quando o tucano teria recebido R$ 50 mil em doações da empreiteira, por meio da direção estadual do PSDB. A planilha sugere ainda, o repasse de R$ 150mil e R$ 500 mil, em referência a datas no ano de 2012, quando ele disputou a eleição a prefeito contra Luciano Rezende, em Vitória.
 
O PSDB divulgou nota afirmando que não houve qualquer doação da Odebrecht para a campanha de Luiz Paulo em 2012, e que todos os repasses recebidos constam na prestação de contas. Então, se o dinheiro não foi recebido, mas saiu da Odebrecht, para onde foi?
 
Não constam na prestação de contas dos dois qualquer registro de doação da Odebrecht, muito embora as doações feitas aos comitês financeiros ou diretórios partidários naquele pleito não foram identificadas, diferentemente do que ocorreu na última eleição. 
 
Este é mais um elemento na já indefinida disputa eleitoral de Vitória, que terá apenas 45 dias de duração, com um cenário inflado de candidatos e ainda, há risco de a eleição ser disputada em um único turno, dado o número de eleitores em recadastramento biométrico que não atingiu, ainda, o mínimo de 200 mil votantes para permitir o segundo turno. 
 
Se havia nos meios políticos uma expectativa de revanche na disputa entre Luiz Paulo e Luciano Rezende, a presença na superlista da Odebrecht pode deixar o pleito ainda mais acirrado, colocando uma sombra sobre os dois palanques, o que pode favorecer o nome que corre por fora e se apresenta como uma ameaça aos dois palanques: o deputado Amaro Neto (SD). 
 
Vila Velha
 
Além de Luiz Paulo e Luciano, o prefeito de Vila Velha Rodney Miranda (DEM) é outro que pode colher o revés de ter o nome na lista da empreiteira. Para Rodney, que já vem tendo dificuldade para reverter seus baixíssimos índices de popularidade, a associação à lista da Odebrecht pode naufragar de vez suas pretensões de governar Vila Velha por mais quatro anos. 

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