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Bancos eliminaram 783 vagas somente no primeiro bimestre de 2016

Os bancos que atuam no Brasil iniciaram 2016 com cortes de postos de trabalho. No primeiro bimestre do ano, 783 vagas foram eliminadas em todo o país. Os estados com mais demissões foram São Paulo e Rio de Janeiro. A análise por setor de atividade econômica demonstra que os “Bancos múltiplos, com carteira comercial”, como Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil, juntamente com a Caixa Econômica Federal, foram os principais responsáveis pelo saldo negativo.

A pesquisa, realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), também revela que os bancos múltiplos com carteira comercial fecharam 636 vagas. Desse total, somente a Caixa respondeu pelo corte de 192 postos. Ao todo, 1.327 bancários e bancárias foram demitidos nesse período e dez estados apresentaram saldos negativos de emprego. São Paulo e Rio de Janeiro foram os que apresentaram os maiores cortes, 668 e 373 respectivamente. Já os estados com maiores saldo positivos foram Bahia, Pernambuco e Pará, com geração de 98, 96 e 83 novos postos de trabalho bancário, respectivamente.

Demissões X lucro

As demissões no setor financeiro inflam ainda mais a taxa de desemprego que é crescente no Brasil, com aumento de 9,5% no trimestre encerrado em janeiro, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE. Com isso, o número estimado de desempregados chegou a 9,623 milhões, 6% a mais do que no período anterior (mais 545 mil) e 42,3% em 12 meses – acréscimo de 2,859 milhões.

No entanto, diferente de outros setores da economia, os bancos apresentam alta rentabilidade. Somente em 2015, o lucro do Banco do Brasil foi de R$ 14,4 bilhões, 28% superior ao alcançado em 2014; a Caixa anunciou lucro líquido de R$ 7,2 bilhões; o Santander lucrou 6,624 bilhões, aumento de 13,2% em relação a 2014; o Itaú R$ 23,36 bilhões, 15,4% a mais que em 2014; e o HSBC teve lucro global de US$ 13,52 bilhões.

“Não existe crise para os bancos. As demissões fazem parte de uma política de precarização do trabalho adotada pelos bancos. Em todas as instituições financeiras, os bancários sofrem cada vez mais com a sobrecarga de trabalho, pressão por metas, dentre outras violações de direitos. Não podemos aceitar o discurso da crise e precisamos nos manter mobilizados para lutar por mais contratações e melhores condições de trabalho”, enfatiza o coordenador geral do Sindicato dos Bancários do Estado (Sindibancários-ES), Jessé Alvarenga.

Desigualdade

A pesquisa demonstrou que a desigualdade salarial entre homens e mulheres ainda faz parte da realidade do ambiente de trabalho do setor financeiro. As 2.170 mulheres admitidas nos bancos nos dois primeiros meses de 2016 receberam, em média, R$ 2.952,46. Esse valor corresponde a 78,9% da remuneração média auferida pelos homens contratados no mesmo período (de R$ 3.754,96).

A diferença de remuneração entre homens e mulheres é mais acentuada no desligamento. As mulheres que tiveram o vínculo de emprego rompido nos bancos em janeiro e fevereiro recebiam R$ 5.266,43, o que representou 70,0% da remuneração média dos homens que foram desligados dos bancos no mesmo período.

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