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Encontro lembra os 30 anos da morte de José Carlos Oliveira

Um dos grandes cronistas brasileiros do século 20, o jornalista e escritor José Carlos Oliveira ficou famoso por suas colaborações diárias no Jornal do Brasil, onde escreveu por mais de duas décadas, e pela escrita mordaz e corajosa, repleta de humor, ironia e de críticas ao poder no período da ditadura militar.
 
Para resgatar a memória do escritor, a Biblioteca Pública do Espírito Santo, em Vitória, promove o encontro A Crônica Brasileira de José Carlos Oliveira – 30 anos depois. O evento será na quarta-feira (13), às 19h, no Auditório da Biblioteca e reunirá três especialistas na obra do escritor: José Irmo Gonring, Reinaldo Santos Neves e Regina Egito.
 
Nascido em Vitória, em 1934, José Carlos Oliveira gostava de se denominar “cristão, católico apostólico romano, pagão, filho de Iemanjá”, “o mais ecumênico dos ateus”, “brasileiro por fatalidade, temperamento e vocação”, entre outras expressões com que se autodefiniu em sua crônica bem-humorada. Publicou quatro romances: O Pavão Desiludido (1972); Terror e Êxtase (1978); Um Novo Animal na Floresta (1981); e Domingo, 22 (1984); além de quatro coletâneas de crônicas. 
 
Diário da Patetocracia, coletânea póstuma, de l995, organizada por Bernardo de Mendonça , reúne as crônicas publicadas pelo autor no Jornal do Brasil ao longo de 1968. A atuação de José Carlos Oliveira naquele ano de intensa turbulência política no país é a base da tese de doutorado defendida pelo jornalista e escritor José Irmo Gonring, em setembro de 2015, no Departamento de Línguas e Letras da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Intitulado A Crônica e a Crônica de José Carlos Oliveira em 1968. O estudo reúne uma análise aprofundada sobre as crônicas compiladas no livro Diário da Patetocracia, termo criado por José Carlos Oliveira para satirizar a ditadura militar então vigente no Brasil.
 
O escritor Reinaldo Santos Neves vai falar sobre sua convivência com José Carlos Oliveira entre 1985 e 1986, período em que o autor voltou a Vitória para desenvolver o projeto Escritor Residente na Ufes. Reinaldo é um dos idealizadores do seminário Bravos Companheiros e Fantasmas, de estudos sobre a literatura produzida no Espírito Santo, lançado pela extinta Secretaria de Produção e Difusão Cultural da Ufes e que tem seu nome inspirado em José Carlos Oliveira.
 
A mestre em Educação e doutoranda em Língua e Cultura, Regina Egito, que é sobrinha de José Carlos Oliveira, vai complementar o debate com uma leitura pessoal  e afetiva sobre o autor. Antes do debate haverá exibição de um vídeo produzido pelo escritor residente da Biblioteca Pública do Espírito Santo, Pedro Nunes, reunindo depoimentos de escritores capixabas sobre a obra de José Carlos Oliveira.
 
Serviço
 
A Mesa-redonda A Crônica Brasileira de José Carlos Oliveira – 30 anos depois será realizada na quarta-feira (13), a partir das 19h, no auditório da Biblioteca Pública do Espirito Santo – avenida João Batista Parra, 165, Enseada do Suá, Vitória. A entrada é franca.

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