O desembarque nas Ilhas dos Pacotes e Itatiaia, em Vila Velha, está proibido a partir desta sexta-feira (15), devido ao período de reprodução das andorinhas-do-mar. A determinação cumpre a Resolução nº 011/2005 do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema), que visa a preservar a espécie. As visitas aos sítios só voltam a ser liberadas em 16 de outubro.
As duas ilhas, junto com a Ilha Escalvada (Guarapari), a Ilha Branca (Marataízes) e as Ilhas Galhetas (Vitória) são os principais sítios reprodutivos da espécie em todo o Atlântico Sul e recebem, por ano, um terço da população mundial das andorinhas-do-mar (do bico vermelho e do bico amarelo). A reprodução da espécie ocorre no litoral brasileiro entre o Espírito Santo e Santa Catarina, no Sul do País.
As andorinhas-do-mar são aves vulneráveis aos distúrbios do clima, pois possuem pequenas áreas de reprodução que concentram um grande número de indivíduos em localidades específicas. Elas chegam ao Estado a partir de março, se acasalam em abril, e iniciam a formação das colônias reprodutivas em maio. Alimentam-se, principalmente, de filhotes de peixes, de que dependem também para alimentação dos filhotes.
No arquipélago das ilhas Itatiaia, situado a 800 metros da praia de Itapoã, uma outra espécie, a pardelinha, também se reproduz na ilha do Boqueirão. São cinco casais. A reprodução da espécie é nos meses de julho a dezembro e as aves fazem ninhos em fendas de rochas.
As condições especiais do arquipélago exigem a necessidade de manter a vegetação e limpeza das ilhas durante todo o ano. No entanto, a beleza dos sítios atrai cada vez mais frequentadores, o que gera também impactos ambientais que ameaçam as aves. Para despertar a consciência da população, entidades, nadadores e remadores realizam constantes ações de limpeza e educação ambiental no local.
Além disso, também há regras para uso fora do período de reprodução das aves. Segundo a resolução do Consema, não é permitido fazer fogo; cortar ou danificar por outras formas a vegetação; acampar; deixar lixo ou quaisquer materiais estranhos ao ambiente; introduzir plantas e animais exóticos; levar animais domésticos; e perturbar a fauna residente ou migratória.
Em janeiro deste ano, a prefeitura de Vila Velha iniciou com a Associação Vila-Velhense de Proteção Ambiental (Avidepa), técnicos do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) e a Polícia Militar Ambiental debates para avaliar a necessidade de adequação da resolução, publicada em 2005.