O executivo municipal chamou o sindicato para negociar depois do indeferimento da ação cautelar e propôs o retorno do tíquete no 5º dia útil de maio, sendo R$ 310 para os servidores que ganham até R$ 1 mil brutos e R$ 180 para quem recebe acima deste valor. Em assembleia, os servidores negaram a proposta e decidiram aguardar o trâmite judicial.
No entanto, no fim da tarde desta segunda-feira (18), servidores procuraram a entidade para denunciar que secretários municipais estão chantageando os servidores para que assinem um documento aceitando a redução do tíquete alimentação.
O sindicato orientou que os servidores não assinem o documento e que a atitude dos secretários pode ser considerada coação e assédio moral. A orientação dada pela entidade é que os servidores registrem boletim de ocorrência e levem uma cópia do documento ao Sindserv para a elaboração de uma petição para responsabilizar o prefeito Amadeu Boroto (PSB) por crime de desobediência à ordem judicial.
O tíquete alimentação dos servidores foi suspenso via decreto do prefeito em outubro de 2015 sob a alegação de que a situação financeira do município não favorecia o pagamento.
Em fevereiro deste ano, a Justiça determinou que a prefeitura restabelecesse o pagamento do tíquete, mas o executivo ingressou com medida cautelar contra o retorno do pagamento, que foi indeferida pelo judiciário.
Ao determinar o retorno do tíquete, a Justiça entendeu que, mesmo com a alegação de crise enfrentada pela prefeitura, o decreto não poderia suspender os direitos garantidos pela Lei Municipal nº 932/2010.
A suspensão do tíquete alimentação foi a única medida de economia tomada pela prefeitura para reduzir gastos – justamente sacrificando os servidores. Não houve redução nos valores dos salários cargos mais altos e somente alguns comissionados foram dispensados, o que não gerou impacto de economia.
Os servidores do município chegaram a deflagrar greve no fim de 2015 cobrando o retorno do pagamento do benefício.
O tíquete alimentação dos servidores de São Mateus foi implementado depois de muita luta por parte dos trabalhadores. O benefício só começou a ser pago depois de os servidores realizarem 21 dias seguidos de manifestações no ano de 2010.