O resultado da audiência deverá ser levado para apreciação da categoria em assembleias marcadas para a manhã desta quarta-feira (4). Embora a proposta de acordo tenha de ser submetida aos trabalhadores, o Sindirodoviários deve optar mesmo pela greve. Os representantes do MPT, diante da paralisação iminente, sugeriram que o sindicato garante a circulação de 75% da frota, mas o Sindirodoviários afirmou que circularão apenas 50% dos ônibus nos horarios de pico e 30% fora desses horários.
As reivindicações dos rodoviários são de natureza prática. Para aplacar a violência no transporte coletivo, eles querem a implementação de um sistema de videomonitoramento que tenha ligação direta com o Centro Integrado Operacional de Defesa Social (Ciodes) e mais blitze.
Já o discurso da Sesp é mais subjetivo, beirando o virtual – como o uso de novas tecnologias, estudos ainda a serem feitos – sendo que a tecnologia para monitorar o transporte coletivo já existe e pode ser aplicada imediatamente.
A violência no transporte coletivo, principalmente na Grande Vitória, é recorrente e contraria o discurso do secretario estadual de Segurança Pública, André Garcia, de que a violência regrediu. A percepção da violência ainda é tão grande que reflete no cotidiano da população.
Os relatos de arrastões, agressões físicas e assaltos a ônibus são diários e não se apresentam soluções práticas para a redução dos casos. A greve dos rodoviários, anunciada para esta quarta-feira, é mais uma tentativa de cobrar do Estado uma solução real para conter o avanço da violência.
A situação ficou insustentável quando um motorista foi esfaqueado no ponto final do bairro Porto Canoa, na Serra, na última semana.
Além deste episódio, no mesmo dia. Na última terça-feira (26), um adolescente foi esfaqueado em outro coletivo, no mesmo município. já nesta segunda-feira (2), uma jovem foi agredida por assaltantes durante um arrastão em um ônibus do sistema Transcol, no bairro São Geraldo, também na Serra.