Tema inicialmente não previsto na CPI da Máfia dos Guinchos, na Assembleia Legislativa, as suspeitas de fraudes nas permissões de táxi na Grande Vitória agora estão oficialmente incluídas no campo de investigações da comissão. O requerimento de inclusão do tema, apresentado pelo presidente da CPI, Enivaldo dos Anjos (PSD), foi aprovado em plenário, assim como o requerimento de transposição dos trabalhos da CPI para 2017.
A CPI dos Guinchos entrou no tema após denúncias de que agentes da Guarda Municipal e fiscais da Secretaria de Trânsito, Transportes e Infraestrutura Urbana (Setran) realizavam abordagens arbitrárias contra taxistas de outros municípios, inclusive com guinchamento de veículos, fato ainda abrangido pelo objeto da comissão.
A revelação, no entanto, conduziu a suspeitas de que a Setran age para resguardar o mercado de táxi da capital capixaba Vitoria, reforçadas após uma controversa declaração do então secretário municipal de Transportes Josivaldo de Andrade à sessão seguinte, garantindo que todos os permissionários de Vitória dirigiam seus táxis.
A afirmação serviu como deixa para a comissão aprofundar as investigações. Após ouvir a gerente de fiscalização da Setran, Adriana Sossai, a CPI dos Guinchos anunciou o pedido da suspensão da licitação de táxi ao Tribunal de Contas do Estado (TCE). A comissão também ouviu o taxista Valdir Jorge Souza, que comanda 11 procurações de táxi em Vitória.
A última sessão reuniu os membros da comissão de licitação e apontou negligência na condução do certame, o que reforçou as suspeitas de irregularidades na licitação. Os servidores da prefeitura defenderam a pontuação por língua estrangeira, ponto controverso no edital, mas admitiram que não foi realizada prova para avaliar a aptidão dos licitantes.