De acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado (Sindipol-ES), Jorge Emílio Leal, o quadro de deficiência na instituição é tão grande que os policiais têm de priorizar o atendimento de certas ocorrências, geralmente de crimes de grande repercussão, para serem investigados. Os crimes comuns, que atingem as camadas mais periféricas da população, ficam sem investigação.
Ele ressalta que o governo fica nas promessas de melhorias serão feitas e acaba não fazendo nada para melhorar as condições de trabalho.
Jorge Emílio salienta que resta à entidade – diante de tanta precarização – buscar outras saídas para denunciar esse sucateamento. As denúncias para organismos internacionais, como a Organização Internacional do Trabalho (OIT), não estão descartadas.
O Estado é alvo de medidas provisórias decretadas pela Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) por conta das violações ocorridas na Unidade de Internação Socioeducativa (Unis), do Instituto de Atendimentos Socioeducativo do Estado (Iases), durante o segundo mandato de Paulo Hartung (PMDB), e nada impede que haja nova denúncia por conta das constantes violações que ocorrem na Polícia Civil.
O Espírito Santo não tem efetivo suficiente de policiais para garantir a investigação de inquéritos e o atendimento satisfatório à população. Ainda assim, não há previsão de realização de novo concurso público para repor esse efetivo. “Um policial civil trabalha com sobrecarga, em desvio de função e desmotivado. Isso faz com que ele adoeça”, conta o presidente do Sindipol.