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Incaper promove nova mudança arbitrária de servidora e trabalhadores reagem

Nesta quinta-feira (16), os servidores do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), em greve desde o dia 1 de junho, foram surpreendidos com o remanejamento da servidora Raphaella Effgen Koeller, do quadro do Departamento de Recursos Humanos (DRH) para exercer outras atividades. A decisão foi tomada sem consulta da Chefia, sem aviso prévio aos colegas de trabalho e nem mesmo realocação de pessoal para suprir a demanda de trabalho. Com a vacância do quadro, os servidores divulgaram uma nota de repúdio, que foi encaminhada ao diretor-presidente da autarquia.

A manifestação dos servidores surtiu efeito diretor-presidente da autarquia, Marcelo Suzart, se reuniu com a equipe do departamento e se comprometeu a dialogar com a chefe para, em nova reunião, redefinir a composição da equipe.

Na nota, a Associação dos Servidores do Incaper (Assin) ressaltou que a retirada da servidora desestruturou a área de Desenvolvimento de Pessoas, desmantelando o andamento do DRH e de toda a equipe. O documento considerou o ato arbitrário e abusivo, que em nenhum momento ponderou sobre o andamento do trabalho na autarquia, colocando em dúvida a importância do servidor.

Em uma semana, esta foi a segunda decisão arbitrária questionada pelos servidores. Na segunda-feira (13), foi nomeado Mauro Rossini Júnior, um empresário do município de Linhares (norte do Estado), para o cargo de diretor-técnico do instituto, no primeiro caso em 50 anos de existência da autarquia em que o cargo passa a ser ocupado por um indicado político em detrimento de um técnico do instituto.

De acordo com informações de servidores do Incaper, Rossoni é um indicado direto do secretário de Estado de Agricultura, Octaciano Neto e não é funcionário de carreira da autarquia.

Quando os servidores souberam da nomeação do quadro político para o cargo, tentaram uma reunião para reverter a decisão, mas não conseguiram evitar a nomeação. Para eles, é inaceitável que o cargo seja ocupado por indicado político, em detrimento do quadro técnico.

Greve

Nesta quinta-feira, diversos produtores rurais deram depoimentos ressaltando a importância do atendimento pelos técnicos do Incaper, principalmente no interior do Estado.

Os servidores do órgão, que são os educadores dos pequenos agricultores no Estado, passam por momentos de extrema dificuldade, com falta de combustível e de equipamentos de trabalho para prestar serviços de assistência técnica e extensão rural de qualidade.

Foi justamente a precariedade do instituto que levou à deflagração da greve. A pauta de reivindicações contempla também a formação de um grupo de trabalho visando a revisão imediata do Plano de Carreira dos servidores e para que no prazo de 30 dias apresente projeto orçamentário suficiente para suprir as demandas de recursos do Incaper.

O movimento paredista teve atinge a maioria das fazendas experimentais da autarquia, além da sede do instituto, localizada em Vitória.

Em assembleia geral realizada nesta terça-feira (14), durante a reunião da Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa, os servidores ratificaram o movimento grevista e reforçaram a necessidade de manter o diálogo com a Secretaria de Estado de Agricultura (Seag).

Durante a assembleia geral, o diretor jurídico do Sindicato dos Servidores Públicos do Estado (Sindipúblicos-ES), Amarildo Batista, denunciou o abandono do instituto pelo governo Paulo Hartung (PMDB) e destacou que as condições insalubres nas fazendas do Incaper serão levadas a organismos internacionais de direitos humanos.

A situação do Incaper é tão precária que prejudica o atendimento aos agricultores familiares de todo o Estado. O presidente da Assin, Edegar Formentini, em entrevista a Século Diário nesta segunda-feira, repudiou a nomeação de Mauro Rossoni Júnior para o cargo de diretor técnico da autarquia.

Segundo ele, a pesquisa, a assistência técnica e a extensão rural são atividades específicas, que foram aperfeiçoadas depois de longo debate entre técnicos, movimentos sociais e governos. Edegar salientou que será preciso, pelo menos, dois anos de trabalho para que o recém-nomeado diretor técnico entenda as particularidades do setor. Para ele, esta nomeação mostra desrespeito com a instituição por parte do governo.

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